Ataque com mísseis mata duas pessoas e fere dezenas no centro de Kharkiv

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De  Maria Barradas com AFP
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Depois do massacre em Hroza, os mísseis russos voltaram a trazer destruição e morte à região de Kharkiv.

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O ataque desta manhã no centro da cidade matou mais duas pessoas - uma criança de dez anos e a avó - e deixou feridas pelo menos mais 28.

Segundo a polícia local, dois mísseis balísticos Iskander atingiram três edifícios no centro de Kharkiv, um deles era um edifício residencial de três andares.

Apesar da carnificina, o Kremlin continua a afirmar que "só atinge alvos militares".

Em 24 horas o balanço de perdas de vidas civis foi dos mais pesados neste conflito.

O porta-voz do Serviço de Emergência do Estado na região de Kharkiv descreve o horror: "O corpo de um menino morto, de cerca de 10 anos, foi descoberto numa sala no terceiro andar. As operações de busca continuam."

ONU condena ataque de Hroza

No ataque de quinta-feira, em Hroza, Oleksandr perdeu vários membros da família: "O meu irmão, a minha cunhada e a minha mãe morreram. O meu irmão nasceu em 1975, a esposa dele nasceu em 1980 e a minha mãe nasceu em 1958."

A ONU já condenou o ataque de Hroza. Liz Throssell, porta-voz do Alto Comissário para os Direitos Humanos da ONU refere: “O Alto Comissário da ONU para os Direitos Humanos, Volker Türk, que viu por si mesmo o terrível impacto de tais ataques, está profundamente chocado e condena este ato e enviou uma equipa de campo ao local para falar com os sobreviventes e recolher mais informações.”

O ataque na pequena aldeia de Hroza ocorreu quando os moradores estavam reunidos após o funeral de um soldado, em plena luz do dia, destruindo uma loja e um café situados no mesmo edifício e onde estavam presentes cerca de sessenta pessoas.

Na manhã desta sexta-feira, os bombeiros continuavam a trabalhar nos escombros para encontrar os corpos.

O ataque a Hroza foi denunciado pela comunidade internacional, que apelou ao fim dos ataques contra civis.

Segundo a ONU, “tudo sugere” que foi de facto um míssil russo que atingiu a aldeia que tinha 330 habitantes antes da tragédia.

"Estas duas atrocidades provam que o apoio global à Ucrânia deve ser mantido e reforçado. Enfraquecê-lo só levaria a mais crimes de guerra deste tipo", argumentou na sexta-feira o chefe da diplomacia ucraniana, Dmytro Kuleba.

A questão da ajuda à Ucrânia é crucial: devido a uma crise política em Washington, o fluxo de fundos e armas dos Estados Unidos pode secar, o que preocupa Kiev e os seus aliados ocidentais.

A preocupação aumenta à medida que o inverno se aproxima. A Ucrânia diz que precisa de mais sistemas de defesa aérea para evitar que a Rússia destrua a sua infraestrutura energética, como fez no ano passado para mergulhar a população na escuridão e no frio.

Rússia efetua ataques todos o dias em vários pontos da Ucrânia

O exército russo enviou mais drones de ataque durante a noite de quinta para sexta-feira, para as regiões do centro, nordeste e sul da Ucrânia.

A Ucrânia afirmou ter abatido 25 dos 33 drones Shahed 131/136 de fabrico iraniano em todo o país durante a noite.

O governador da região de Odessa, Oleg Kiper, indicou que ataques com drones danificaram um armazém de cereais no porto de Izmail e incendiaram nove camiões.

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Este porto do Danúbio, importante para a Ucrânia porque é utilizado para exportações de produtos agrícolas, especialmente trigo, é regularmente alvo de forças russas.

A Rússia realiza ataques contra a Ucrânia todas as noites, com drones e mísseis.

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