Os percevejos já passaram de Paris para Londres?

O alarme já atravessou o Canal da Mancha. E não terá vindo sozinho
O alarme já atravessou o Canal da Mancha. E não terá vindo sozinho Direitos de autor John D. Simmons/The Charlotte Observer
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De  Luke Hanrahan e Nuno Prudêncio
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Comboios Eurostar adotam procedimentos preventivos enquanto autoridades francesas debatem medidas de urgência

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Para Harry Robertson, o simples ato de fazer a cama ou ir dormir recorda-lhe constantemente a experiência traumática dos percevejos, que o chegou a isolar da família e amigos.

"Quando se partilha um apartamento em Londres, o quarto é como o nosso oásis de tranquilidade. Mas depois passei a ter medo de lá estar, porque metia-me na cama e começava a coçar-me", conta.

A apresentação destes minúsculos parasitas é tudo menos animadora: alimentam-se de sangue humano durante a noite.

"Deitei fora a roupa de cama. Mas depois voltava a ver pequenas manchas de sangue. E quando acabava por adormecer, dormia 2 a 3 horas e acordava no dia seguinte todo mordido", recorda Harry.

E o problema é que estes insetos estarão a desenvolver resistência aos tratamentos químicos: "Tentámos vários químicos e eles nunca desapareceram. Mudámos de casa. Queimei grande parte da minha roupa de cama. Deitei fora muita da minha roupa".

Enquanto Paris se debate com uma alegada praga de percevejos, o alarme já atravessou o Canal da Mancha. E não terá vindo sozinho. O jornalista Luke Hanrahan aponta que "a Eurostar afirma que está a tomar ações para evitar que os percevejos de Paris viajem nos comboios. Os relatos acionaram o alarme e levaram a Eurostar a intensificar as operações de limpeza na sua rede. Os passageiros podem esperar tratamentos preventivos que garantam um trajeto livre de percevejos, incluindo água quente para limpar os estofos e a opção de requerer uma desinfeção adicional".

Mas o biólogo molecular David Cain, por exemplo, afirma que os percevejos já passaram de Paris para Londres.

"Eis que uma pessoa que tinha percevejos há cerca de uma semana tinha viajado no Eurostar uma semana antes. Já tínhamos traçado esse percurso mais que provável. O problema é que os britânicos acham-se superiores e não querem falar de percevejos. Há estatísticas que dizem que uma casa em dez em Paris foi infestada nos últimos dois anos. Eu diria que em Londres é provável ser uma casa em cinco, nos últimos quatro ou cinco anos", declara.

À parte dos números, como gerir a ansiedade? Para Harry, "a paranóia nunca desaparece. É horrível ver que é algo que pode estar a aumentar em Londres outra vez. Muda a pessoa que somos".

Para já, os tratamentos mais comuns podem implicar gastar várias centenas de euros.

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