Klára Csiszár quer transformar aquilo a que chama a "velha igreja proibitiva e proscritiva" numa comunidade inclusiva, que apoia a humanidade na superação dos desafios.
Uma teóloga húngara foi nomeada para um dos órgãos consultivos mais importantes da Igreja Católica, o Sínodo, atualmente em curso no Vaticano.
A palavra “episcopal” foi retirada do nome da assembleia após as reformas introduzidas pelo Papa Francisco que permitem que leigos, incluindo mulheres, participem nas reuniões sobre as futuras políticas da Igreja.
Klára Csiszár, nascida na Transilvânia, que atualmente leciona em Linz, é a única teóloga dos países do antigo Bloco de Leste a participar.
“A Igreja Católica é conhecida pelo facto de as mulheres não estarem representadas na hierarquia, ainda hoje, por isso este é um enorme passo em frente, e um grande processo de aprendizagem, devo admitir, para os bispos que não foram socializados numa Igreja onde as mulheres têm cada vez mais direitos de voto e, portanto, têm uma palavra a dizer nos assuntos da Igreja”, diz Klára Csiszár
Segundo a teóloga, uma tarefa importante da assembleia é transformar o que ela chama de "velha igreja proibitiva e proscritiva" numa comunidade inclusiva, que apoia a humanidade na superação dos desafios que enfrenta.
O sínodo está a decorrer, à porta fechada, no Vaticano, num período de três semanas, que culminam a 29 de outubro.
Com as reforma do Papa Francisco, 54 dos 365 votos do Sínodo pertencem às mulheres. Há cerca de 70 leigos a participar nos trabalhos.
Entre os temas da agenda deste Sínodo estão o papel das mulheres e a inclusão LGBTQ+, o celibato dos sacerdotes, a inclusão de homens casados como sacerdotes, a bênção de casais do mesmo sexo, o acesso aos sacramentos para pessoas divorciadas e recasadas, bem como a ordenação de mulheres ao diaconado.
Outras questões em debate incluem o racismo, o tribalismo, a discriminação de classe, a discriminação contra pessoas com deficiência, a pobreza e o tráfico de seres humanos.
No programa não constavam temas normalmente abordados nestas reuniões como: o aborto, a igualdade no casamento e a eutanásia.