O partido de extrema-direita espanhol Vox quer congelar as autorizações de residência para pessoas de "cultura islâmica

Santiago Abascal, líder do partido de extrema-direita Vox, acena aos apoiantes à porta da sede do partido, após as eleições gerais de Espanha, em Madrid.
Santiago Abascal, líder do partido de extrema-direita Vox, acena aos apoiantes à porta da sede do partido, após as eleições gerais de Espanha, em Madrid. Direitos de autor Andrea Comas/Copyright 2023 The AP. All rights reserved
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De  Euronews
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Artigo publicado originalmente em inglês

A extrema-direita espanhola apresentou uma proposta para deixar de conceder a cidadania e as autorizações de residência a pessoas de "cultura islâmica".

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O atentado terrorista desta semana em Bruxelas veio inflamar ainda mais o discurso da extrema-direita espanhola.

O partido Vox registou uma proposta no Congresso para suspender a concessão da nacionalidade espanhola e de autorizações de residência a pessoas oriundas de países islâmicos.

Mais concretamente, o partido quer "suspender os procedimentos de aquisição da nacionalidade espanhola e das autorizações de residência e permanência".

Além disso, pretende "proibir a entrada em Espanha de imigrantes provenientes de países de cultura islâmica se não for possível garantir a sua integração correcta e pacífica".

O partido, liderado por Santiago Abascal, justificou a sua decisão afirmando que o atentado de Bruxelas foi uma consequência direta da "política de portas abertas seguida em grande parte da Europa".

"Sim, temos de os derrotar, sim, todos os demónios que trazem ódio, dor e morte. E se possível, devem ser derrotados antes que matem um único inocente", escreveu Abascal no X, antigo Twitter.

A proposta inclui dados publicados pelo Instituto Nacional de Estatística sobre a concessão de nacionalidade.

No ano passado, a Espanha registou um aumento de 26%, com um terço das novas cidadanias a ser atribuído a pessoas de origem marroquina.

Os marroquinos são o maior grupo de estrangeiros em Espanha, com cerca de 880.000 pessoas.

Outra das propostas do partido é o reforço das unidades antiterroristas da polícia.

O partido de extrema-direita tem vindo a defender políticas de imigração mais duras desde a sua fundação em 2013. Um dos argumentos utilizados é que os imigrantes são responsáveis pelo crime e pela insegurança nas ruas.

Esta não é a primeira vez que o partido apresenta uma proposta no Congresso para dificultar a obtenção da cidadania. Há dois anos, apresentou outra, que acabou por não obter maioria parlamentar.

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