No meio de uma guerra entre Israel e o Hamas, Berlim marca os 82 anos passados sobre as primeiras deportações de judeus para Auschwitz.
A estação de comboios de onde os judeus foram deportados, pela primeira vez, pelos nazis tornou-se num local de encontro e recordação.
Na quarta-feira assinalou-se o 82º aniversário do início deste momento trágico da história, em Berlim.
Este ano, e na sequência da guerra entre Israel e o Hamas, a perda de vidas humanas voltou a sentir-se de forma ainda mais pesada.
Junto à gare, Konrad Kutt criou um memorial, uma pequena biblioteca com obras sobre o Holocausto destruída por um incêndio. Konrad espera que a destruição, provocada pelo fogo, que se acredita ter sido posto, seja uma lição para as próximas gerações: "Eles veem esta biblioteca incendiada e isso não é esquecido, não é permitido esquecer isto", desabafava. À euronews explicava que a estação tem atraído muitos judeus que querem saber mais sobre a história da sua família.
Lembrar para não esquecer
Por toda a cidade, um grupo de ativistas procedeu à limpeza dos memoriais que marcam os locais onde viveram os judeus que foram deportados e mortos pelos nazis. São conhecidos como "Stolpersteine" ou pedras de tropeço colocadas, primeiramente, na Alemanha. Atualmente, podem ser encontradas em toda a Europa.
Uma das correspondente da euronews em Berlim, Kristina Jovanovski, explicava que, hoje, "os blocos marcam os nomes de outras vítimas, entre elas membros da comunidade LGBT".
A ascensão da extrema-direita na Europa é outro dos motivos, diz uma ativista alemã, para recordar este episódio negro da Alemanha e de outros países europeus.
Renate Christians, da "Omas Gegen Rechts", grupo de avós contra a direita e a extrema-direita, como se auto-intitulam, afirmava que é precos "pensar" no como e no porquê e dizer, ""nunca mais". E nós estamos a defender o "nunca mais", e é por isso que estamos a fazer isto, para que as pessoas à nossa volta se apercebam que temos de cuidar da nossa democracia", frisava Renate.