Há ucranianos que não abandonam as casas, apesar de viverem muito perto da linha da frente da guerra.
Na aldeia de Predtechyne, situada a uma dezena de quilómetros da linha da frente, na região de Donetsk, no leste da Ucrânia, a maioria dos habitantes fugiu para zonas mais seguras. A Euronews visitou o local e falou com Oleksandr, um dos 20 aldeões, de um total de 150, que decidiram ficar, apesar da guerra e das duras condições de vida.
A mulher de Oleksandr partiu para uma cidade vizinha em busca de segurança. Mas ele ficou. Atualmente, vive em dois pequenos quartos, numa casa que já foi alvo de bombardeamentos
"Graças a Deus que não estava em casa. Se estivesse em casa, estaria morto. Foi tudo destruído. Reconstruí tudo do zero", conta.
Oleksandr era soldador mas agora está desempregado e depende da comida e de bens de primeira necessidade que recebe semanalmente de voluntários. Durante a reportagem da Euronews, recebeu a visita de um dos homens que combatem na zona.
"Chego das nossas posições, é difícil. Os combates continuam, eles estão a tentar capturar Avdiivka. Eles estão a chegar... A guerra é o trabalho mais difícil que existe nesta vida. Vou continuar a minha viagem para servir a Pátria", afirma o soldado depois de pedir para não ser identificado.
Oleksandr sabe que há riscos, mas conta com a proteção dos soldados ucranianos.
"Penso que vamos ganhar e vamos reconstruir, para que tudo fique como dantes. Ninguém teria ficado aqui se não acreditasse que iríamos ganhar, e que a guerra terminaria com a nossa vitória”, garante.
Embora as poucas pessoas que decidiram ficar nas aldeias perto da linha da frente estejam confiantes no seu exército, a situação continua tensa. E os militares ucranianos estão a preparar-se para qualquer tentativa dos russos de conquistar este território.