Forças israelitas voltaram a atacar cidade na fronteira com o Egito e garantem ter feito várias detenções na invasão do hospital Nasser, o maior em funcionamento no sul da Faixa de Gaza.
Dois ataques aéreos israelitas na cidade de Rafah, na Faixa de Gaza, junto à fronteira com o Egipto, mataram pelo menos 10 pessoas, incluindo oito membros da mesma família, segundo fonte hospitalar. Oito das 10 vítimas mortais eram familiares do embaixador palestiniano no Reino Unido, Husam Zomlot.
Para além das 10 pessoas mortas nos ataques aéreos, cinco doentes que se encontravam nos cuidados intensivos do Hospital Nasser, o maior hospital do sul de Gaza, morreram depois de terem ficado sem oxigénio na sequência da invasão israelita da unidade hospitalar, na quinta-feira.
O exército israelita informou esta sexta-feira que deteve dezenas de pessoas nas instalações do Hospital Nasser, incluindo algumas alegadamente envolvidas no ataque do Hamas contra Israel a 7 de outubro de 2023. A organização palestiniana negou, em comunicado, que os seus militantes tenham utilizado o hospital Nasser para fins militares.
O direito internacional proíbe ataques a instalações médicas, embora estes possam ser válidos se tiverem fins militares. De acordo com o Gabinete dos Direitos Humanos da ONU, Israel deve tomar precauções e seguir os princípios de proporcionalidade.
Entretanto, as negociações para um cessar-fogo em Gaza parecem ter estagnado. O primeiro-ministro israelita, Benjamin Netanyahu, opõe-se firmemente ao plano do governo dos Estados Unidos para o pós-guerra e, em particular, aos seus apelos à criação de um Estado palestiniano.
Netanyahu recusa aceitar a criação de um Estado palestiniano
Depois de falar durante a noite com o presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, Netanyahu escreveu na plataforma X que Israel não vai aceitar "ditames internacionais sobre um acordo permanente com os palestinianos". O presidente de Israel afirmou ainda que se outros países reconhecerem unilateralmente um Estado palestiniano, estarão a patrocinar o terrorismo.
Netanyahu prometeu continuar a ofensiva e afirma que a vai estender à cidade de Rafah, perto do Egipto, até que o Hamas seja destruído e que os restantes reféns israelitas sejam libertados. Em conversa telefónica, Biden voltou a avisar Netanyahu para não avançar com uma operação militar em Rafah, antes de apresentar um "plano credível e exequível" para garantir a segurança dos civis palestinianos, informou a Casa Branca.
Pelo menos 28.775 palestinianos foram mortos, desde o ataque de 7 de outubro em Israel, na sua maioria mulheres e crianças. Para além disto, mais de 68 500 pessoas ficaram feridas, de acordo com o Ministério da Saúde de Gaza, dirigido pelo Hamas.