Israel continua a adiar prometida ofensiva terrestre em Rafah, sob pressão da comunidade internacional. Último ataque aéreo na cidade do sul de Gaza matou quatro pessoas e destruiu uma mesquita.
Israel fez um novo ataque aéreo em Rafah, no sul da Faixa de Gaza, enquanto se arrasta a possibilidade de uma ofensiva terrestre contra aquele que se acredita ser o último reduto do Hamas.
Israel tem enfrentado pressão da comunidade internacional para não fazer este ataque, já que cerca de um milhão e meio de habitantes de Gaza estão amontoados nesta zona, a maioria dos quais deslocados de outras partes do enclave devido à guerra em curso.
Este último ataque destruiu uma mesquita e um edifício residencial e matou quatro pessoas.
Irão e China depõem no TIJ
Em Haia, decorreu o quarto dia de audiências no Tribunal Internacional de Justiça, sobre um pedido da Assembleia Geral para um parecer consultivo não vinculativo sobre o conflito israelo-palestiniano. Os representantes da China e do Irão dirigiram-se esta quinta-feira ao tribunal. O conselheiro jurídico do Ministério dos Negócios Estrangeiros da China afirmou que a última guerra de Gaza faz parte de décadas de "opressão israelita contra os palestinianos": "A justiça tem sido muito adiada, mas não deve ser negada. A resolução da questão da Palestina exige esforços mútuos da Palestina e de Israel", disse Ma Xinmin.
A ideia de terra em troca de paz tem sido a pedra angular da diplomacia liderada pelos EUA durante décadas e foi a base dos Acordos de Camp David entre Israel e o Egito, nos quais Israel se retirou da Península do Sinai em troca de paz e reconhecimento.
O mesmo princípio tem sido aplicado ao conflito israelo-palestiniano, mas o processo de paz tem estagnado repetidamente devido aos ataques palestinianos, à expansão dos colonatos israelitas em território ocupado e à incapacidade de ambas as partes chegarem a acordo sobre questões espinhosas como as fronteiras finais, o estatuto de Jerusalém e o destino dos refugiados palestinianos.
Israel conquistou a Cisjordânia, Jerusalém Oriental e a Faixa de Gaza na guerra do Médio Oriente de 1967. Os palestinianos pretendem que as três zonas sejam um Estado independente. Israel considera a Cisjordânia um território disputado e afirma que o seu futuro deve ser decidido em negociações.
Israel também construiu colonatos em toda a Cisjordânia, muitos dos quais se assemelham a subúrbios e pequenas cidades totalmente desenvolvidos. Os colonatos albergam mais de 500.000 colonos judeus, enquanto cerca de três milhões de palestinianos vivem no território. A comunidade internacional considera, na sua esmagadora maioria, que os colonatos são ilegais.
A anexação de Jerusalém Oriental por Israel, onde se encontram os locais sagrados mais sensíveis da cidade, não é reconhecida internacionalmente.
Conflito já matou 29 mil pessoas
Os tanques israelitas continuam a disparar contra Gaza. Os ataques feitos durante a noite nas áreas sul e central da Faixa de Gaza mataram pelo menos 48 pessoas, metade das quais mulheres e crianças, segundo as autoridades de saúde do território controlado pelo Hamas. Os ministros dos Negócios Estrangeiros europeus e as agências da ONU apelaram a um cessar-fogo, com o alarme a aumentar devido ao agravamento da crise humanitária e à potencial fome no território.
A guerra começou quando militantes do Hamas invadiram o sul de Israel a 7 de outubro, matando cerca de 1200 pessoas e fazendo cerca de 250 reféns. Pensa-se que cerca de um quarto dos 130 reféns ainda detidos estejam mortos.
Em resposta, Israel devastou grande parte do território palestiniano. O Ministério da Saúde de Gaza estima que mais de 29.000 palestinianos tenham sido mortos, até agora.