Parlamento húngaro ratifica candidatura da Suécia à NATO

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A luz verde de Budapeste era o último grande obstáculo à adesão.

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A votação desta segunda-feira eliminou o último obstáculo ao alargamento da Aliança Atlântica e colocou um ponto final num diferendo que se arrastava há quase dois anos.

Esta decisão pôs fim a mais de 18 meses de atrasos por parte do governo nacionalista de Budapeste, que frustraram os aliados da Hungria.

Todos os atuais países da NATO têm de dar a sua aprovação para que um novo membro possa aderir à aliança e a Hungria era o único país que não estava a participar.

Porque é que a Suécia quer aderir à NATO?

A Suécia tem-se mantido afastada de alianças militares há mais de 200 anos e há muito que excluiu a possibilidade de aderir à NATO. Mas depois da invasão em grande escala da Ucrânia pela Rússia, em fevereiro de 2022, a Suécia abandonou a sua política de não-alinhamento de longa data quase de um dia para o outro e decidiu candidatar-se à adesão à aliança juntamente com a vizinha Finlândia.

Tanto a Suécia como a Finlândia, que aderiram à aliança militar no ano passado, já tinham desenvolvido fortes laços com a NATO após o fim da Guerra Fria, mas a opinião pública manteve-se firmemente contra a adesão plena até à guerra na Ucrânia.

O não-alinhamento era visto como a melhor forma de evitar tensões com a Rússia, o seu poderoso vizinho na região do Mar Báltico. Mas a agressão russa provocou uma mudança radical em ambos os países, com as sondagens a mostrarem um aumento do apoio à adesão à NATO.

Os partidos políticos da Finlândia e da Suécia decidiram que precisavam das garantias de segurança que só a adesão plena à aliança liderada pelos Estados Unidos oferece.

O que é que a Suécia pode trazer para a Aliança?

A inclusão da Suécia deixará o Mar Báltico quase rodeado de países da NATO, reforçando a aliança numa região estrategicamente importante. O Mar Báltico é o ponto de acesso marítimo da Rússia à cidade de S. Petersburgo e ao enclave de Kaliningrado.

As forças armadas da Suécia, apesar de terem sido fortemente reduzidas desde a Guerra Fria, são vistas como um potencial reforço da defesa coletiva da NATO na região. Os suecos têm uma força aérea e uma marinha modernas e comprometeram-se a aumentar as despesas com a defesa para atingir o objetivo da NATO de 2% do produto interno bruto.

Tal como os finlandeses, as forças suecas têm participado durante anos em exercícios conjuntos com a NATO.

A reação da Rússia

Não é de estranhar que Moscovo tenha reagido negativamente à decisão da Suécia e da Finlândia de abandonarem o não-alinhamento e quererem aderir à NATO, e alertou para contramedidas não especificadas.

A Rússia afirmou que a medida afetava negativamente a situação de segurança no Norte da Europa, que "tinha sido anteriormente uma das regiões mais estáveis do mundo".

No início deste ano, o principal comandante militar da Suécia, o general Micael Bydén, disse que todos os suecos deveriam se preparar mentalmente para a possibilidade de guerra e, a 19 de fevereiro, Thomas Nilsson, chefe do serviço de inteligência externa da Suécia, MUST, disse que "a situação continuou a se deteriorar durante 2023".

"No caso de adesão à NATO, temos de ter a capacidade, através de uma aliança, de contrariar uma Rússia imprevisível", afirmou a agência na sua avaliação.

Tanto a Suécia como a Finlândia alertaram para um risco acrescido de interferência russa e de ataques híbridos.

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