Primeiro-ministro do Haiti apresenta demissão

Ariel Henry
Ariel Henry Direitos de autor Andrew Kasuku/AP
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Ariel Henry está em Porto Rico e não deverá, por agora, regressar ao Haiti. Sucessor do primeiro-ministro haitiano será nomeado por um conselho de transição.

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O primeiro-ministro do Haiti, Ariel Henry, apresentou a demissão. A informação foi avançada pelo presidente da Guiana, Irfann Ali, durante uma cimeira regional em Kingston, na Jamaica.

"Reconhecemos a resignação do primeiro-ministro Ariel Henry perante o estabelecimento de um conselho presidencial de transição e a nomeação de um primeiro-ministro interino", disse Ali, citado pela imprensa internacional.

O conselho que irá apontar o sucessor de Henry será constituído por dois observadores e sete eleitores que representarão os diferentes sectores da sociedade civil e religiosa do Haiti. Não se sabe, porém, a partir de quando será substituído o primeiro-ministro cessante do Haiti, uma vez que não foi apontada qualquer data para a constituição do referido conselho que nomeará o sucessor.

Henry apresentou a demissão depois de 10 dias de caos no Haiti, em que gangues criminosos uniram esforços para retirar do cargo o primeiro-ministro - que não tinha sido eleito e estava, nesta altura, ausente do país. Nas últimas duas semanas, membros dos gangues haitianos incendiaram esquadras, prisões, paralisaram o porto de Port-au-Prince e chegaram mesmo a cercar o aeroporto da capital.

Ariel Henry apresentou a demissão à Caricom, a comunidade regional caribenha, após uma reunião de emergência sobre o futuro do Haiti onde participou o secretário de Estado dos Estados Unidos, Antony Blinken.

 Um alto responsável norte-americano revelou entretanto que o ex-primeiro-ministro haitiano ficará por agora em Porto Rico e que a decisão de abandonar o cargo fora tomada na passada sexta-feira. Henry chegou a Porto Rico há  cerca de uma semana, depois de ter sido impedido de aterrar na República Dominicana, por alegadamente não ter um plano de voo e porque o país suspendera voos com destino e origem no Haiti.

Henry tornou-se primeiro-ministro do Haiti em 2021, depois de o presidente, Jovenel Moise, ter sido assassinado por mercenários colombianos. As últimas eleições no Haiti tinham sido realizadas em 2016 e o governo de Henry era olhado com grande desconfiança pela população, por nunca ter avançado com qualquer ato eleitoral.

Ariel Henry estava no Quénia, onde conseguira um acordo para Nairobi enviar 1.000 agentes para o Haiti, quando os gangues armados se uniram para o derrubar, prometendo "genocídio" se o primeiro-ministro em funções não abandonasse o cargo. Os grupos criminosos controlam, nesta altura, cerca de 80% da capital haitiana, Port-au-Prince.

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