Gerações e famílias russas dividem-se no apoio a Vladimir Putin

Gerações e famílias russas dividem-se no apoio a Vladimir Putin
Gerações e famílias russas dividem-se no apoio a Vladimir Putin Direitos de autor Dmitri Lovetsky/Copyright 2024 The AP. All rights reserved
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De  Euronews
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Um canal de televisão checo pediu a vários cidadãos russos que revelassem a sua opinião sobre o atual governo no país. O sociólogo russo Lev Guldkov justificou a diferença geracional no apoio a Putin com a falta de conhecimento, por parte dos jovens, sobre a era soviética.

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O resultado das eleições presidenciais russas deverá ser conhecido este domingo, depois de três dias de votação em todo o país. Apesar da vasta aderência dos eleitores, as opiniões dividem-se consoante as gerações e, até, dentro da própria família.

Um canal de televisão checo pediu aos cidadãos russos que exprimissem a sua opinião sobre as eleições presidenciais e foi possível compreender que os jovens tendem a elogiar o chefe do Kremlin, enquanto os mais velhos têm uma perspetiva dupla.

Pavel Kipriyanov, um jovem ator russo revelou, segundo o canal de TV checo, que aceita o rumo que a Rússia e o seu governo escolheram e disse que, no geral, está satisfeito com a lideraça do país. Também a estudante Milena Shikina, esposa de Pavel, elogiou o trabalho do governo de Putin.

"Bem, parece-me que foi desde o colapso da União Soviética nos anos 90, quando o país não estava no seu melhor e estava num declínio bastante grande. Depois veio Putin e penso que a forma como o nosso país se encontra atualmente revela um bom resultado”, disse Milena Shikina ao canal checo.

Muitos fatores podem explicar este comportamento por parte dos jovens, mas, de acordo com o sociólogo russo Lev Guldkov, as gerações mais novas “perderam a compreensão da era soviética”.

“Os jovens não têm qualquer experiência dessa época [era soviética] e não têm nada com que a comparar. Pode dizer-se que cresceram sob o regime de Putin e não conhecem mais nada”, explicou Lev Guldkov, em entrevista ao canal checo.

Já o pai de Milena, Artur Shikin, é um opositor declarado do regime de Moscovo, que fugiu do país para se refugir na Geórgia. 

"Há 150 milhões de pessoas [na Rússia], não podem opor-se? É como com Estaline: as pessoas diziam que Estaline era responsável por tudo. Mas, ao mesmo tempo, um terço da população prendeu outro terço da população e manteve-os nas prisões, tudo isso foi feito pelo povo", disse Artur Shikin ao canal de TV checo. 

Quanto aos eleitores mais velhos, Gudkov também tem uma explicação. "Com Putin", explicou, "a ideia de futuro desapareceu. As pessoas não têm uma imagem do futuro e, por isso, não há diretrizes para o desenvolvimento. É o que diz a propaganda: preservar o presente".

No entanto, entre os milhares de eleitores que decidiram deixar a Rússia nos últimos dois anos, muitos eram jovens que estavam determinados a escapar ao regime e ao recrutamento para combater na Ucrânia.

Recentes sondagens revelam que a maioria dos cidadãos russos é leal a Vladimir Putin, que conta com o apoio de cerca de 70% da população, contra 20% da oposição, segundo as agências internacionais.

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