Chéquia com número recorde de casos de tosse convulsa

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Praga Direitos de autor Petr David Josek/AP
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Vacina é obrigatória no país mas as autoridades de saúde admitem que muitos jovens podem não ter recebido todas as doses necessárias.

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O número de casos de tosse convulsa na Chéquia está a aumentar de forma significativa, quebrando um recorde que não era ultrapassado desde 1963. Em apenas uma semana, foram diagnosticados 827 casos da doença, que comparam com os 3.101 registados desde o início do ano.

A tosse convulsa, também conhecida como pertússis, é uma doença respiratória altamente contagiosa, causada pela bactéria Bordetella pertussis. O contágio acontece através de gotículas respiratórias expelidas por uma pessoa infetada, quando tosse ou espirra, ou mesmo pelo contacto com objetos contaminados com secreções de uma pessoa doente. 

Os principais sintomas são corrimento nasal, febre e ataques de tosse, que pioram à noite ou com ingestão de alimentos e a doença pode ser especialmente grave em crianças pequenas e recém-nascidos.

A faixa etária mais afetada pelos casos de tosse convulsa na Chéquia são os jovens dos 15 aos 19 anos, que representam cerca de um terço de todos os doentes. Segundos os especialistas, este será o grupo mais afetado devido a uma alteração na vacina em 2007, que tem menos efeitos secundários mas cria imunidade menos duradoura.

O ministro da Saúde checo, Vlastimil Válek, disse a uma estação de televisão nacional que o elevado número de casos de tosse convulsa no país se explica por uma combinação de dois fatores: o ressurgir de doenças respiratórias à medida que a sociedade abandona as medidas de contenção da covid-19, bem como devido à imunização incompleta dos mais novos. A vacina da tosse convulsa usada exige cinco tomas, as primeiras três nos primeiros 12 meses de vida das crianças e as últimas duas aos seis e aos dez anos. E se praticamente todas as crianças recebem as primeiras três doses, só 90% acabam por levar as últimas duas.

As autoridades sanitárias ainda não estão a considerar medidas de larga escala para combater o surto, mas a última semana ficou marcada por polémicas ao nível das medidas de contenção da doença: as autoridades de saúde de Praga informaram as escolas da capital que, se for diagnosticado um caso de tosse convulsa numa sala, as crianças não vacinadas teriam de ser mandadas para casa. Mas a decisão tomada em Praga foi rapidamente revertida pelas autoridades nacionais de saúde pública, que declararam que os estabelecimentos de ensino não podem mandar para casa crianças não vacinadas apenas por precaução e que todos os casos devem ser alvo de avaliação individual.

Por outro lado, a vacina para a tosse convulsa é obrigatória na Chéquia desde 1958, o que voltou a levantar a questão das falhas na imunização, não só nos adolescentes mas também nos bebés - para quem a tosse convulsa pode ser letal.

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