"Viskis": A história do ladrão que bebia um whisky antes dos assaltos

"Viskis": A história do ladrão que bebia um whisky antes dos assaltos
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Chegava de táxi.

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Chegava de táxi. Agia com total confiança. Os assaltos duravam apenas alguns minutos. Ele era educado e não fazia mal a ninguém. Antes de cada roubo, bebia um whisky num bar das redondezas: é por esta razão que Attila Ambrus ganhou a alcunha de “o ladrão que bebia whisky”. A sua história e os assaltos que realizou nos anos 90 são agora tema do filme “Viszkis”, com estreia marcada para 2017.

“Assustei-me um pouco a ver cenas do filme porque eu não era de todo agressivo quando assaltava um banco. No início, era até demasiado educado, mas depois percebi que mostrar uma forte autoconfiança é importante para ser um ladrão de bancos a sério”, recorda Attila Ambrus.

Nos mais de 30 assaltos a bancos, estações dos correios e agências de viagens, o ‘ladrão que bebia whisky’ nunca feriu ninguém, o que lhe valeu o estatuto de herói rebelde e muita simpatia no seio da opinião pública.

“Não faço o papel de um assaltante de bancos qualquer, mas de Attila Ambrus. É uma personalidade extremamente complexa e interessante. Eu também tive momentos difíceis na vida, por isso compreendo que às vezes ficamos numa situação que nos pode destruir. Mas, Attila Ambrus é forte o suficiente para voltar a erguer-se após cada crise. Por exemplo, passou 12 anos na prisão, mas hoje tem trabalho. Quando falamos com ele não ficamos com a ideia que esteve preso”, refere o ator principal, Bence Szalay.

Muitos húngaros ainda quando Attila fugiu da prisão. Construiu uma corda para descer da cela onde estava, no sétimo andar, mas a corda improvisada era curta e acabou por dar um salto de 8 metros até cair na rua.

Attila Ambrus nasceu numa família húngara da Transilvânia. Abandonado pela mãe, foi educado pela avó e quando esta morreu, começaram os roubos. Mais tarde, jogou hóquei no gelo e nalguns casos, companheiros de equipa ajudaram-no nos assaltos, mas a maioria dos roubos foi feita a solo.

“Na minha vida tento não julgar ninguém, porque já cometi muitos erros e acho que ainda vou cometer mais. É por isso que o vejo como alguém que teve uma juventude complicada. Tinha um ano e meio quando a mãe o abandonou. Aos 10 anos perdeu a avó. Claro que os problemas que teve não são uma desculpa para os assaltos, mas temos sempre de levar em conta a infância que viveu”, afirma o realizador de “Viskis”, Nimród Antal.

O acidente de carro foi uma das poucas cenas em que o ator principal foi substituído por um duplo para um despiste a mais de 60 km/h.

“Quando a cena do acidente começa, temos de estar totalmente concentrados. Há muitas coisas que podem correr mal. Quando as rodas dos dois carros se tocaram, o meu desviou-se. Estive quase a despistar-se no parque de estacionamento. Mas, acho que gerimos muito bem a situação”, recorda o duplo Laszló Juhász.

O acidente foi filmado com três câmaras. Um ‘quad’ seguia os veículos. Uma segunda câmara movia-se em carris na berma da estrada. Após o acidente, uma câmara portátil registou o polícia ferido no carro-patrulha e um assistente colocou sangue artificial no corpo do agente.

Sendo um filme, as ações exageram um pouco o que se passou na realidade.

O produtor, Tamás Hutlassa, refere que “70% a 80% da ação aconteceu mesmo na realidade, mas algumas cenas foram ficcionadas para reforçar a tensão. Hoje, estamos a filmar o 10.º assalto, no qual ele fugiu num carro. Para o acidente não recorremos a efeitos especiais. Na cena, os dois carros chocam mesmo”.

Antes dos assaltos que o tornaram famoso, Attila arriscou a vida para atravessar a fronteira entre a Roménia e a Hungria, em 1988: fez a travessia agarrado à parte de baixo de um comboio de mercadorias.

‘O ladrão que bebia whisky’ tornou-se um herói popular na Hungria, um ícone durante a transição do comunismo para a democracia nos anos 90.

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