Werther "provocou uma tempestade" na Ópera de Zurique

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"Werther", a obra-prima de Jules Massenet, tornou-se incontornável no repertório clássico francês. A Ópera de Zurique faz uma revisitação inspirada.

Incompreendida durante muito tempo,Wertherpassou a ser considerada a obra-prima de Jules Massenet e um clássico incontornável do repertório francês do século 19. A Ópera de Zurique revisita esta obra numa encenação particularmente inspirada, protagonizada por Juan Diego Flórez.

Amores proibidos, convenções sociais demolidoras e transgressão: é o romantismo francês em todo o seu esplendor na Ópera de Zurique.

Sob a direção do alemão Cornelius Meister, esta adaptação do famoso romance de Goethe volta a retratar-nos o amor impossível entre Werther e Charlotte, uma mulher já prometida a um abastado comerciante. O desespero do protagonista culmina no suicídio.

“Ver a vida de forma diferente produz consequências”

A atuação de Juan Diego Flórez, o tenor peruano que incarna o atormentado Werther, foi particularmente louvada. “Werther é claramente a obra-prima de Massenet. Musicalmente, é magnífico. Somos transportados para outra dimensão. A orquestração e o canto incorporam um desejo e um prazer contínuos”, diz-nos Flórez.

★★★★ Provocation as part of the package: jdiego_florez</a> stars as Massenet’s Werther <a href="https://twitter.com/operzuerich">operzuerichhttps://t.co/mwUcbJUteP

— Bachtrack (@bachtrack) 4 avril 2017

A encenação da alemã Tatjana Gürbaca instala progressivamente em cena o peso opressivo das normas sociais. “É fascinante: é uma ópera que não fala de faraós, gueixas ou reis tresloucados, mas sim de uma família mais ou menos normal na Alemanha. É uma história de família. A personagem de Werther é como um Deus caído na Terra. Vem provocar uma tempestade. É a sua energia que coloca tudo em movimento. Ele tem uma visão diferente do mundo e é por isso que as outras personagens têm também a oportunidade de ver as coisas de uma outra forma, com alguma loucura. Poder ver a nossa vida de uma forma diferente é algo que produz consequências”, explica.

A mezzo-soprano franco-britânica Anna Stéphany é uma Charlotte devorada pelo confronto entre a paixão e os ditames da sociedade. “Até conhecer Werther, as coisas funcionavam perfeitamente no mundo dela. E, de repente, é atingida por um relâmpago. A dor não importa: é uma viagem iniciática incrível. Ela descobre um desejo nela que nunca suspeitou existir. Ela atravessa várias emoções com as quais me identifico perfeitamente. Há sempre algo numa relação, mesmo que tenhamos a noção que ela não é ideal, que nos faz ficar. Pode não ser tanto uma questão de dever ou de peso social, pode ter mais a ver com a idade ou com conveniências. É uma história extremamente pertinente”, afirma Stéphany.

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