Programas de televisão em direto suspensos por uma semana nos EUA

Piquete de greve à porta dos escritórios da Netflix, em Los Angeles, EUA
Piquete de greve à porta dos escritórios da Netflix, em Los Angeles, EUA Direitos de autor Damian Dovarganes/AP
Direitos de autor Damian Dovarganes/AP
De  Teresa Bizarro com Agências
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Greve dos escritores de televisão e cinema faz as primeiras baixas na indústria do entretenimento norte-americana

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Não há novas edições dos programas noturnos da televisão norte-americana esta semana. É a primeira consequência da greve dos argumentistas e autores, nos Estados Unidos. 

Mais de 11 mil profissionais iniciaram esta terça-feira uma paralisação por tempo indetermionado. É a primeira greve em 15 anos- década e meia que mudou o panorama audiovisual, sem que a legislação tenha acompanhado.

Os autores não querem só um aumento salarial, querem ser compensados qualquer que seja a plataforma onde o trabalho é apresentado.

Janice Min, directora executiva da publicação The Ankler explica que "há vários anos que os guionistas têm vindo a ganhar cada vez menos dinheiro com aquilo que, na longa tradição de Hollywood, se chamam direitos residuais".  Esta é uma compensação por cada vez que um programa vai para o ar na televisão tradicional mas que não tem espelho na forma com as plataformas de streaming disponiblizam os conteúdos. "Se a Netflix difunde um programa; se as pessoas estão a ver o programa um milhão de vezes na Netflix, o autor não está a ser compensado proporcionalmente, como nos bons velhos tempos da televisão dos anos 90. E, por isso, os pagamentos têm sido cada vez mais pequenos," adianta Min.

Com o streaming, os escritores recebem simplesmente um pagamento anual fixo - mesmo que o seu trabalho gere um sucesso estrondoso como "Bridgerton" ou "Stranger Things", visto por centenas de milhões de espectadores em todo o mundo.

A associação que representa os estúdios e plataformas de distribuição de conteúdos, como a Disney ou a Netflix, argumenta que as pressões económicas determinam uma redução dos custos.  Na última vez que os argumentistas norte-americanos pousaram as canetas, em 2007, a greve durou 100 dias e custou à indústria do entretenimento cerca de 2 mil milhões de dólares.

Reivindicações "razoáveis"

"Os argumentistas criam tudo o que se vê. Somos a base do conteúdo que as pessoas adoram e apreciam e com o qual os nossos empregadores lucram," afirma Danny Strong, escritor vencedor de um Emmy. 

"O que está actualmente em causa é que o streaming mudou completamente o panorama dos meios de comunicação social. "Há menos canais de distribuição e são controlados por menos empresas, pelo que perdemos uma grande parte das nossas receitas," acrescenta o autor da série "Dopesick".

Os apresentadores dos talk shows noturnos da televisão norte-americana como Steven Colbert e Jimmy Fallon manifestaram apio público aos argumentistas, com Colbert a dizer que as suas exigências não eram "irracionais".

"Eu apoio os meus argumentistas, temos muito pessoal e equipa que serão afectados, mas eles têm de conseguir um acordo justo," afirmou Jimmy Fallon.

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