A reconstituição da batalha de Austerlitz e a controvérsia sobre o filme "Napoleão" de Ridley Scott

Cenas da reconstituição da Batalha de Austerlitz
Cenas da reconstituição da Batalha de Austerlitz Direitos de autor Petr David Josek/Copyright 2023 The AP. All rights reserved
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Este ano, a participação dos amantes da história foi recorde, talvez pela influência do recente filme de Ridley Scott sobre Napoleão Bonaparte.

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Milhares de pessoas reuniram-se sob a colina de Santon, na Chéquia, para assistir à reconstituição da batalha dos três imperadores em Austerlitz, onde o exército de Napoleão, com 60.000 homens, derrotou os exércitos muito mais fortes do Czar Alexandre I da Rússia e do imperador Francisco da Áustria. 

A participação dos amantes da história foi recorde, talvez pela influência do recente filme de Ridley Scott sobre Napoleão Bonaparte.

"Este ano há 1200 soldados de 15 países, com 25 canhões e 60 cavalos", diz Miroslav Jandora, organizador do evento.

O filme de Ridley Scott, que tanta controvérsia tem suscitado - sobretudo em França - foi, de facto, um grande tema de conversa. Os historiadores locais têm reservas quanto à verdade histórica do filme. 

Jakub Samek, que acaba de publicar um livro factual sobre Napoleão Bonaparte, comenta: "Na verdade, ele baseou-se numa lenda que Napoleão tinha incorporado no seu boletim de propaganda logo após a batalha. A lenda dizia que os canhões tinham cortado o gelo da lagoa sob os pés do exército russo e que milhares de inimigos tinham morrido ali." 

O ator americano Mark Schneider lidera as tropas francesas em Austerlitz, como Napoleão, desde 2005 e também tem reservas quanto ao filme: "É um filme impressionante, com muitos extras, muito drama, mas infelizmente não é muito fiel à época".

Os críticos estão incomodados com o facto de Ridley Scott ter transferido a Batalha de Austerlitz de uma região plana com vinhas para as montanhas, para um acampamento com trincheiras ou tendas, que simplesmente não existiam, e ter afogado milhares de inimigos em lagos rasos e congelados, o que não corresponde aos factos históricos.

Os defensores do "Napoleão" de Scott argumentam que o filme é entretenimento e não uma aula de História.

Ainda assim, os organizadores da batalha pretendem convidar Ridley Scott no próximo ano para analisar o ambiente e o aspeto provável da batalha.

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