UE obrigará empresas a fabricar baterias de smartphones facilmente substituíveis

O Parlamento Europeu aprovou uma nova legislação que exige que os fabricantes de telemóveis inteligentes facilitem a substituição das baterias.
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De  Charlotte Elton
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Artigo publicado originalmente em inglês

Os fabricantes de smartphones fazem com que as baterias sejam difíceis de substituir. As novas e rigorosas regras da UE vão mudar isso.

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As novas e rigorosas regras, aprovadas pelo Parlamento Europeu esta semana, poderão evitar que milhões de telemóveis sejam depositados em aterros.

Todos os anos, mais de 150 milhões de smartphones são deitados fora. Tornar as baterias mais fáceis de substituir poderia travar este dilúvio de resíduos eletrónicos.

Os telemóveis atuais selam as baterias dentro do aparelho, o que significa que a sua substituição pode ser quase tão cara como a compra de um novo telemóvel.

As novas medidas ajudarão a quebrar este ciclo de consumo desenfreado, declarou o eurodeputado Achille Variati.

"Pela primeira vez, temos legislação sobre economia circular que abrange todo o ciclo de vida de um produto, uma abordagem que é boa tanto para o ambiente como para a economia", afirmou.

"Chegámos a acordo sobre medidas que beneficiam grandemente os consumidores: as baterias funcionarão bem, serão mais seguras e mais fáceis de remover."

Quais são as novas regras da UE?

De acordo com a legislação, os consumidores devem poder "remover e substituir facilmente" as baterias portáteis utilizadas em dispositivos como smartphones, tablets e câmaras.

Para tal, será necessária uma remodelação significativa.

As regras de substituição dos smartphones fazem parte de um sistema mais vasto de regras.

Todos os veículos elétricos e baterias industriais recarregáveis com mais de 2 kWh terão de ter uma declaração obrigatória da pegada de carbono, um rótulo e um passaporte digital.

O Parlamento Europeu aprovou também novos objetivos para a recolha de resíduos e a recuperação de materiais de baterias antigas.

Até 2031, 61% dos resíduos devem ser recolhidos e 95% dos materiais devem ser recuperados das baterias portáteis usadas.

As regras entrarão em vigor em 2027.

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Milhões de telemóveis acabam em aterros todos os anosCanva

O que é a obsolescência planeada e porque é que é um problema?

Os telemóveis são depositados em aterros, libertando substâncias químicas tóxicas para as águas subterrâneas e contaminando o solo.

Estes demoram anos a decompor-se. Pior ainda, estes telemóveis são um desperdício terrível de metais preciosos como o cobalto e o lítio.

Estes metais têm de ser extraídos, muitas vezes com consequências extremamente destrutivas para as comunidades locais e os ecossistemas. À medida que a transição para as energias renováveis aumenta a procura de baterias, reduzir a pressão desnecessária sobre as reservas existentes é um imperativo moral e económico.

Infelizmente, muitos telemóveis são fabricados para deixarem de funcionar.

Os fabricantes limitam deliberadamente o tempo de vida dos seus próprios aparelhos para obrigar os consumidores a comprar modelos mais recentes.

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A opinião pública é contra esta prática.

De acordo com um estudo da Comissão Europeia realizado no ano passado, 77% dos cidadãos da UE preferem reparar os seus aparelhos a substituí-los. Além disso, 79% consideram que os fabricantes deveriam facilitar a reparação dos seus aparelhos digitais, com melhor acesso a peças individuais.

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