Greves escolares de Greta levaram um terço dos suíços a mudar os hábitos

A ativista climática Greta Thunberg, da Suécia, discursa durante uma manifestação do Fridays for Future em Milão, Itália, a 1 de outubro de 2021.
A ativista climática Greta Thunberg, da Suécia, discursa durante uma manifestação do Fridays for Future em Milão, Itália, a 1 de outubro de 2021. Direitos de autor AP Photo/Antonio Calanni
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De  Angela Symons
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Artigo publicado originalmente em inglês

"A ação coletiva pode ter um efeito direto na sociedade", revela um estudo sobre as greves climáticas estudantis.

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Quase um terço dos suíços mudaram os seus hábitos diários em resultado das greves climáticas de Greta Thunberg, segundo uma nova investigação.

No mês passado, o movimento internacional Greve Climática Estudantil celebrou o seu quinto aniversário.

Agora, um estudo do Instituto Federal Suíço de Tecnologia de Lausanne (EPFL) examinou o impacto mais amplo dessas greves nas escolhas ambientais das pessoas.

Cerca de 30% dos residentes suíços inquiridos afirmaram ter feito alterações nos seus hábitos de transporte, compra e reciclagem na sequência dos protestos.

O que é o movimento "Sextas-feiras pelo Futuro"?

Greta Thunberg começou a sua "greve escolar pelo clima" no verão de 2018, faltando à escola para exigir ação política sobre a crise climática.

No ano seguinte, a greve transformou-se num movimento global que envolveu cerca de 4 milhões de estudantes em 150 países.

Em junho, Greta finalizou o ensino secundário, pelo que acabou a sua greve escolar "Sextas-feiras pelo Futuro". Mas o legado da jovem ativista continua vivo, com centenas de greves agendadas para cada sexta-feira em todo o mundo.

Como é que as greves escolares de Greta afetaram os cidadãos suíços?

Para examinar o impacto mais amplo da Greve Climática Estudantil, os investigadores da EPFL entrevistaram os residentes suíços na sequência dos protestos em outubro e novembro de 2019.

Mais de 1.200 pessoas com idades entre 18 e 74 anos, que não participaram nas greves, responderam a perguntas sobre os seus hábitos ambientais antes e depois dos protestos.

Os resultados, publicados esta semana, revelam que a maioria dos participantes vê com bons olhos tanto Greta Thunberg como as "Sextas-feiras pelo Futuro". E, para 30% deles, isso traduziu-se em ações concretas.

"Os nossos resultados mostraram que as pessoas se tornaram mais conscientes de como o seu comportamento afeta o ambiente e que estão em curso mudanças significativas a nível individual", diz Livia Fritz, investigadora e principal autora do estudo.

Como é que os residentes suíços mudaram os seus hábitos após a Greve Climática Estudantil?

Os entrevistados disseram que fizeram as maiores mudanças em três áreas: transporte, hábitos de compra e reciclagem.

As mudanças nos hábitos de transporte incluíram a procura de alternativas à condução para o trabalho, como andar a pé ou de bicicleta, e evitar viajar de avião, escolhendo destinos de férias mais próximos de casa.

Os participantes no inquérito também referiram procurar produtos locais e orgânicos, comer mais refeições vegetarianas e fazer um maior esforço para reduzir os resíduos de plástico na sequência dos protestos contra o clima.

"O nosso estudo concluiu que este tipo de envolvimento cívico através da ação coletiva pode ter um efeito direto na sociedade, confirmando que tal ação se justifica", afirma Livia.

"Também vimos que as mudanças feitas a nível individual podem levar a uma mudança social mais ampla, desde que sejam apoiadas por uma ação política simultânea."

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