FMI considera que Ucrânia tem condições para gerir novo empréstimo

Kristalina Georgieva, diretora-geral do Fundo Monetário Internacional, com o Presidente da Ucrânia
Kristalina Georgieva, diretora-geral do Fundo Monetário Internacional, com o Presidente da Ucrânia Direitos de autor HANDOUT/AFP
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De  Isabel Marques da SilvaMéabh Mc Mahon
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A diretora, Katalina Georgieva, visitou o país e falou com a euronews sobre o pedido do governo ucraniano de receber, pelo menos, 14 mil milhões de euros.

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Quatorze mil milhões de euros é quanto a Ucrânia gostaria de obter do Fundo Monetário Internacional (FMI) para tirar a sua economia do marasmo.

Após meses de trabalho dos funcionários do FMI no país e da sua visita, esta semana, a diretora do FMI, Katalina Georgieva, disse à euronews que a Ucrânia tem condições para cumprir as responsabilidades relacionadas com um novo empréstimo.

Como sabem, descobriram casos de corrupção. E nas reuniões que lá tive, isso foi encarado com frontalidade, não de forma defensiva, mas como uma expressão de empenho na luta contra a corrupção.
Kristalina Georgieva
Diretora-geral, Fundo Monetário Internacional

"A minha opinião mais importante após a visita à Ucrânia é que a economia ucraniana está a funcionar e que o povo ucraniano é forte. Em matéria de política fiscal, no ano passado, as autoridades recolheram em impostos mais de 36% do PIB. Isto é, para um país afetado por uma guerra, absolutamente espantoso", disse Kristalina Georgieva.

"E mantiveram a inflação nos 25%. É um valor elevado, mas não tão elevado como poderia ter sido na ausência de uma política monetária forte. Como sabem, descobriram casos de corrupção. E nas reuniões que lá tive, isso foi encarado com frontalidade, não de forma defensiva, mas como uma expressão de empenho na luta contra a corrupção. Trabalharemos muito na estrutura institucional criada para que esta luta seja bem sucedida", acrescentou.

Empresários confiam no governo

O FMI projeta uma recuperação gradual para este ano, depois de a economia ucraniana ter contraído em mais de 30%. Segundo Georgieva, a comunidade empresarial ucraniana está bastante otimista.

"Eles vêem o governo ser eficaz na resolução de problemas quando estes ocorrem. Por exemplo, a Rússia começou a bombardear infra-estruturas críticas. Muito rapidamente, começou uma enorme importação de geradores que são colocados, estrategicamente, para garantir que o país pode funcionar, assim como os negócios. Da mesma forma, muito tem sido feito para implementar planos de contingência. Assim, a interrupção num só local já não afeta toda a economia, como aconteceu nos primeiros meses da guerra", explicou Georgieva.

O programa do FMI para a Ucrânia deverá ter duas partes: por um lado, a assistência financeira para necessidades imediatas; por outro, o apoio para reformas estruturais de sustentação dos esforços de reconstrução no pós-conflito.

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