Cinco países permitem voto aos 16 e 17 anos nas eleições europeias

Joven vê os posters de campanha em França
Joven vê os posters de campanha em França Direitos de autor AP Photo/Franck Prevel
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De  Méabh Mc MahonIsabel Marques da Silva (Trad.)
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Há muito que organizações de jovens europeus lutam por este direito e consideram que deve ser aplicado em toda a União Europeia, para que as prioridades dos jovens tenham mais atenção por parte dos políticos.

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Por esta altura, no próximo ano, os estudantes belgas do ensino secundário poderão usar as canetas não apenas para fazer os exames, mas também para ir votar nas eleições europeias de 2024.

A medida vai permitir que 270 mil jovens na Bélgica possam ir às urnas, em junho de 2024. Os entrevistados pela euronews mostraram-se entusiasmados.

"Em breve seremos adultos, teremos de assumir responsabilidades, e por isso é importante darmos também a nossa opinião!", disse Anouska.

"Acho que é uma ideia muito boa porque significa que podemos, de facto, mudar as coisas que queremos mudar. Assim, os assuntos que achamos importantes podem ter voz ativa e podemos votar em partidos ou pessoas que achamos que vão defender esses valores. Por exemplo, na nossa turma, as alterações climáticas e os direitos das mulheres são muito importantes. Assim, as pessoas podem usar a sua voz para promover estas ideias", explicou Alexis.

Tal como na Bélgica, os jovens de 16 e 17 anos também poderão votar na Alemanha, Áustria, Grécia e Malta. 

Políticos poderiam ouvir mais os jovens

É um passo para lá chegar, mas precisamos de mudanças mais radicais, se queremos que os jovens se sintam verdadeiramente empenhados nas nossas democracias. Isso significa ter mais jovens nos partidos políticos, ter mais jovens em posições de poder político e fazer com que as opiniões dos jovens sejam levadas a sério na nossa política.
Lauren Mason
Diretora de Política e Advocacia do Fórum Europeu da Juventude

Há muito que organizações de jovens lutavam por este direito e consideram que deve ser aplicado em toda a União Europeia, para que as prioridades dos jovens tenham mais atenção dos políticos.

"É verdade que alguns jovens pensam que as suas vozes e os seus votos não têm importância, e é por isso que precisamos de uma mudança política maior para os enfrentar. O voto aos 16 anos é uma parte dessa mudança", afirmou Lauren Mason, diretora de Política e Advocacia do Fórum Europeu da Juventude, em declarações à euronews.

"É um passo para lá chegar, mas precisamos de mudanças mais radicais, se queremos que os jovens se sintam verdadeiramente empenhados nas nossas democracias. Isso significa ter mais jovens nos partidos políticos, ter mais jovens em posições de poder político e fazer com que as opiniões dos jovens sejam levadas a sério na nossa política, acrescentou Lauren Mason.

No caso da Bélgica, o voto é obrigatório, podendo se impostas multas a quem faltar à chamada, mas mesmo assim muitas pessoas não vão às urnas.

Na média dos 28 países da UE (o Reino Unido ainda fazia parte), a abstenção foi de 50% nas eleições europeias de 2019. Combater esse fenómeno pode passar, também, por cativar os jovens, disse  Jaume Duch, porta-voz do Parlamento Europeu.

"Para o Parlamento Europeu esta é uma prioridade por muitas razões. E talvez a primeira razão seja o facto de estas serem, provavelmente, as eleições que estão a moldar mais claramente o futuro destas novas gerações. No final das contas, o que vai acontecer a nível europeu terá, provavelmente, um impacto maior e mais longo do que as decisões nacionais, digamos, ano após ano ou a curto prazo", afirmou o porta-voz numa sessão com jornalistas sobre os preparativos para as eleições.

No caso dos jovens que votavam pela primeira vez, apenas 42% foram às urnas em 2019. Esta é uma faixa de eleitorado a conquistar pelos políticos, que poderão considerar como parte da sua estratégia incluir pessoas mais jovens nas suas listas de candidatos.

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