O diploma é crucial para a implementação do Pacto Ecológico Europeu que visa ajudar a combater as alterações climáticas e a tornar a economia da União Europeia mais sustentável.
As tensões políticas por causa da votação da Lei de Recuperação da Natureza dominam a sessão plenária do Parlamento Europeu, em Estrasburgo (França) e levaram manifestantes de várias sensibilidades até ao exterior do edifício.
O objetivo da lei é recuperar zonas terrestres e marinhas degradadas, sem criar novos parques naturais, e é defendida pelos partidos do centro-esquerda e ecologistas que alegam que é fundamental para atingir a neutralidade de emissões poluentes que causam alterações climáticas.
Ativistas pelo ambiente manifestaram-se em prol da sua adoção, em Estrasburgo, incluindo a jovem sueca Greta Thumberg, entrevistada pela euronews.
"A nossa mensagem para os políticos é que escolham a natureza e escolham as pessoas em vez do lucro e da ganância. E exortamo-los a não rejeitar esta lei, mas a votar a lei mais forte possível", disse a ativista.
"O que está em causa é que se não protegermos a natureza, se não protegermos as pessoas, muitas vão perder as suas vidas e os seus meios de subsistência. É o mundo natural que está em causa", acrescento Thunberg.
Estudo de impacto
Já os partidos da ala conservadora (de centro-direita à extrema-direita) estão contra a lei, argumentando que vai restringir as atividades económicas, levando ao aumento do preço dos alimentos.
Agricultores e algumas das suas associações manifestaram-se pela não adoção da lei e exigem que a Comissão Europeia faça uma estudo de impacto antes de haver nova legislação.
"Não foram realizados estudos de impacto, nem económicos nem ambientais. É um projeto que é lançado apenas por dogmatismo e por políticos que estão longe da realidade", disse, à euronews, Yannis Baltzer, presidente dos "Jovens Agricultores da Alsácia".
O Parlamento Europeu vai votar a lei na quarta-feira e, até ao momento, não é claro qual o lado que vai ganhar a batalha.
Durante o debate no hemiciclo, o comissário europeu para o Ambiente, Virginijus Sinkevičius, refutou o que considera serem vários "equívocos" e "mal-entendidos" expressos pelos eurodeputados.
Sinkevičius afirmou que o tempo "está a esgotar-se" para inverter o declínio da biodiversidade na Europa e avisou que o executivo comunitário não apresentará um texto alternativo até ao fim do seu mandato.