Após a aprovação pelos governos da União Europeia, seguiu-se a luz verde por parte dos eurodeputados para fornecer mais munições à Ucrânia.
O Parlamento Europeu aprovou, esta quinta-feira, uma proposta para aumentar a produção europeia de munições e mísseis, com a mobilização de mais 500 milhões de euros de financiamento.
A votação na sessão plenária, em Estrasburgo (França), registou 505 votos a favor, 56 votos contra e 21 abstenções, num sinal claro de que a maioria das bancadas concorda com o reforço do apoio militar muito pedido pelo presidente ucraniano, Volodymyr Zelensky.
"Não devemos abster-nos de apoiar as capacidades defensivas, como a que estamos a dar com este regulamento, para garantir que a Ucrânia não fique sem as munições de que necessita para se defender da agressão", disse, à euronews, Brando Benifei, eurodeputado italiano do centro-esquerda.
"Há um parágrafo específico inserido no regulamento que é a garantia de que estes recursos adicionais para o aumento da produção de munições se destinam à Ucrânia. Em segundo lugar, servirá para abastecer, também, os nossos próprios stokcs que foram esgotados pelo apoio à Ucrânia", afirmou Ville Niinistro, eurodeputado finlandês dos verdes.
Dinheiro gasto em defesa "é um erro"
Mas a esquerda radical está contra a denominada Ação de Apoio à Produção de Munições, que surge em resposta a um pedido da Ucrânia à União Europeia (UE) para lhe fornecer munições de artilharia de 155 mm.
"Isto significa que temos agora uma situação em que a UE não só financia a investigação e o desenvolvimento de armas, não só compra armas, mas também vai financiar diretamente a produção de armas de empresas que já estão a ter lucros excessivos", disse Marc Botenga, eurodeputado belga da esquerda radical.
"A guerra na Ucrânia foi uma bênção para as empresas de armamento, por isso estão a ter lucros excessivos e nós vamos basicamente subsidiar a sua produção. É um grande erro. O dinheiro deveria ser usado para serviços públicos, hospitais, escolas em toda a UE, que realmente precisam dele", acrescentou em declarações à euronews.
As verbas virão de dois fundos de defesa da UE, mas os governos também podem complementar o investimento com os Planos de Recuperação e Resiliência. A adoção final do regulamento pelos 27 Estados-membros está prevista para antes das férias de verão.