O secretário-geral da NATO, Jens Stoltenberg, considera que a queda de destroços de um suposto drone russo na Roménia mostra o risco de incidentes e acidentes na zona fronteiriça da aliança.
Quando detetaram os destroços perto da sua fronteira com a Ucrânia, as autoridades romenas abriram uma investigação e notificaram a NATO. Qualquer ataque russo contra um dos países da NATO comporta o risco da organização ser arrastada para uma guerra contra a Rússia (potência nuclear), devido ao pacto de defesa que liga todos os seus Estados-membros.
Jens Stoltenberg participou numa audição perante a Comissão dos Negócios Estrangeiros do Parlamento Europeu, quinta-feira, em Bruxelas, e realçou que não acredita que tenha sido um ataque propositado.
"Não temos qualquer informação que indique um ataque intencional da Rússia e estamos a aguardar o resultado da investigação em curso. Independentemente desse resultado, o que vimos foram muitos combates e também os ataques aéreos perto das fronteiras. E tivemos também outros incidentes na Polónia e noutros locais", explicou Jens Stoltenberg aos eurodeputados.
"Por conseguinte, aumentámos a nossa vigilância. Estamos a acompanhar de perto o que se passa perto das nossas fronteiras. E também aumentámos a nossa presença na parte oriental da aliança", acrescentou.
Mas os eurodeputados estão preocupados e esperam um cabal esclarecimento, bem como medidas que evitem esta vulnerabilidade.
"Estou muito preocupado com o facto de as autoridades aparentemente não estarem a fazer nada. Queremos ver tropas no terreno. Queremos conhecer os planos da NATO e das autoridades romenas contra esses drones, porque se aconteceu uma ou duas vezes, de certeza que pode voltar a acontecer", disse, à euronews, Vlad Gheorghe, eurodeputado liberal romeno.
Ucrânia está "a avançar"
O secretário-geral da NATO informou os eurodeputados sobre os últimos desenvolvimentos em matéria de segurança europeia e de cooperação com a UE.
No que se refere à contraofensiva da Ucrânia, confirmou que o exército ucraniano rompeu as linhas de defesa russas e está a fazer progressos.
"Os ucranianos estão a ganhar terreno gradualmente e isso prova a importância do nosso apoio, bem como a nossa capacidade e vontade de continuar a apoiá-los", afirmou Stoltenberg.
"Estamos a falar de combates intensos e difíceis, mas eles conseguiram romper as linhas de defesa das forças russas e estão a avançar", afirmou.
A ratificação da adesão da Suécia
Uma boa parte do debate foi sobre a candidatura da Suécia à NATO, cuja ratificação continua bloqueada pela Turquia e pela Hungria. O presidente turco, Recep Tayyip Erdogan, deu luz verde à adesão da Suécia à NATO na cimeira de Vilnius (Lituânia), este verão, depois de a ter bloqueado durante um ano.
"Temos de manter os nossos valores. A Turquia tem de permitir a adesão da Suécia sem quaisquer condições. E isso foi algo que pedi ao Sr. Stoltenberg. Sei que ele está a fazer o seu melhor para usar o seu estatuto e prestígio para que isso aconteça", referiu Nikos Papandreou, eurodeputado socialista grego, à euronews.
Jens Stoltenberg reiterou que a Suécia será o 32º membro da NATO o mais rapidamente possível.