O governo de Itália voltou a colocar a migração no centro do debate europeu, por causa da situação em Lampedusa, tendo conseguido que a presidente da Comissão Europeia visitasse a ilha e reformulasse um plano de dez pontos.
Há uma semana, a ilha italiana de Lampedusa - mais próxima da Tunísia do que de Itália - viu milhares de migrantes chegarem à ilha em barcos improvisados, em poucos dias.
Desde então, a questão da migração ganhou uma nova urgência. Como irá a Itália lidar com a nova crise? Em que medida irá o país obter apoio de outros Estados-membros ou da União Europeia ? Que consequências terá para a Europa a nível político?
A euronews analisa o tema com Matteo Villa, investigador no Instituto Italiano de Estudos Políticos Internacionais, em Milão e especialista em migração.
"O debate mudou e isso é visível porque este governo prometeu reduzir as chegadas de migrantes e, em vez disso, elas duplicaram, no ano passado. Por isso, é evidente que tem de encontrar uma nova narrativa para o justificar. Meloni prometeu fazer um duplo bloqueio, o chamado bloqueio naval. Nada disso aconteceu. Na verdade, além de 130 mil pessoas resgatadas pelas autoridades, este ano, cerca de de dez mil foram resgatadas por barcos de organizações não-governamentais. Ela tinha prometido acabar com isso, mas tal não aconteceu", disse o investigador.
(veja a entrevista na íntegra em vídeo)