Um minuto de silêncio pelas vítimas do conflito entre o governo de Israel e o movimento Hamas, bem como as dos atentados terroristas na Bélgica e em França. Foi assim que começou a cimeira extraordinária dos líderes da UE, por videoconferencia, terça-feira, para analisar a crise no Médio Oriente.
Os 27 países da União Europeia (UE) reafirmaram que Israel tem o direito de se defender, mas com respeito pelo direito internacional, como sublinhou o presidente do Conselho Europeu, Charles Michel.
"Quando se cortam as infra-estruturas básicas, quando se corta o acesso à água e à eletricidade, quando não se permite a entrega de alimentos, tal não está em conformidade com o direito internacional", disse, em conferência de imprensa, no final da reunião por videoconferência com os chefes de Estado e de governo.
A necessidade de clarificar uma posição comum surgiu após a viagem da presidente da Comissão Europeia, Ursula von der Leyen, a Israel, na semana passada, onde foi acusada de passar um cheque em branco a Israel.
A ajuda humanitária à Palestina também esteve no âmago de uma falha comuncicacional no executivo comunitário, com um comissário a exceder as suas competências.
Ursula von der Leyen reiterou que esse apoio é para manter e clarificou a sua posição sobre o conflito: "O Hamas é que é o terrorista, não o povo palestiniano. Por isso, temos de nos preocupar com o povo palestiniano e com as suas necessidades humanitárias. Não há contradição entre estar solidário com Israel e agir em prol das necessidades humanitárias dos palestinianos".
Criação de corredores humanitários
O primeiro-ministro de Portugal, António Costa, disse que se verificou um consenso muito alargado na condenação total do Hamas e em relação ao direito de Israel se defender respeitando o direito humanitário internacional.
Nas suas mensagens, via rede social X, Costa referiu que os Estados-membros apoiam e saúdam "o aumento da assistência humanitária anunciado pela Comissão Europeia".
"É fundamental assegurar a criação de corredores humanitários, seguindo o apelo do secretário-geral das Nações Unidas [António Guterres], e apoiar o Egito na gestão desta crise humanitária", acrescentou.
A libertação imediata dos cerca de 200 reféns isarelitas sem condições prévias foi um dos apelos dos líderes.
A nível geopolítico, o Conselho Europeu analisou estratégias pata evitar uma escalada do conflito a nível regional e medidas para conter o aumento do extremismo islâmico na Europa.