Eurodeputados votaram reforma que obriga embalagens de mel a indicar os países de origem no rótulo. Objetivo passa por ajudar os consumidores a tomar decisões mais informadas sobre os produtos agroalimentares.
Embora pareça mel, nem tudo o que compramos no supermercado com esse nome é mel.
O aumento do mel adulterado levou o Parlamento Europeu a votar esta terça-feira uma reforma das chamadas diretivas pequeno-almoço, com o objetivo de garantir uma rotulagem clara para evitar a fraude e proteger os consumidores.
Os eurodeputados concordam que o país onde o mel foi colhido deve figurar no rótulo.
"Atualmente, vemos muitas misturas, com mel de países europeus misturado com mel de fora da UE, que é produzido em más condições e que é processado", explica Anne Sander, eurodeputada do Partido Popular Europeu (PPE).
Desafiando o mau tempo, os apicultores europeus deslocaram-se esta terça-feira ao Parlamento Europeu, em Estrasburgo, para exigir medidas rigorosas.
Atualmente, 46% do mel proveniente de fora da União Europeia é falso, de acordo com uma investigação da Agência Europeia Antifraude.
A China, a Turquia e o Reino Unido são os principais exportadores de mel falso que entra na UE.
"No mundo, há quem não produza mel, fabrica-o. Não é a mesma coisa. Mas eu digo que se a Europa não legislar agora sobre a nova diretiva com as percentagens exatas que estamos a pedir no sindicato COPA-COGECA, então um dia vamos ter um escândalo de saúde. Não é apenas mais açúcar que eles estão a adicionar, é outro produto. E isso pode ser perigoso para a população", denuncia Yvan Hennion, apicultor e presidente do grupo de trabalho "Miel du Copa Cogeca".
A adulteração do mel, com a adição de xaropes por exemplo, significa a redução dos preços. Uma situação que complica a sobrevivência dos apicultores europeus, uma vez que com as alterações climáticas é cada vez mais difícil obter a mesma quantidade de mel, sendo impossível competir com os preços do mel adulterado proveniente de fora da UE.