UE aprovará verba para Ucrânia com ou sem Hungria, diz von der Leyen

Ursula von der Leyen prometeu que a UE iria encontrar uma forma de aprovar o fundo de 50 mil milhões de euros para a Ucrânia, com ou sem a Hungria.
Ursula von der Leyen prometeu que a UE iria encontrar uma forma de aprovar o fundo de 50 mil milhões de euros para a Ucrânia, com ou sem a Hungria. Direitos de autor Gian Ehrenzeller/KEYSTONE / Gian Ehrenzeller
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De  Méabh Mc MahonJorge Liboreiro
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Artigo publicado originalmente em inglês

A União Europeia vai encontrar uma forma de contornar o veto da Hungria, liderada por Viktor Orbán, e aprovar o Mecanismo para a Ucrânia de 50 mil milhões de euros (2024-2027), garantiu Ursula von der Leyen, aos jornalistas, em Davos (Suíça).

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"Penso que é muito importante colaborar com todos os 27 Estados-membros da União Europeia para que os 50 mil milhões de euros para a Ucrânia, durante quatro anos, estejam prontos e a funcionar", disse a presidente da Comissão Europeia aos jornalistas, incluindo a enviada da Euronews, durante o Fórum Económico Mundial (FEM) em Davos, na Suíça.

"Esta é a fase em que nos encontramos atualmente. É a preparação para o Conselho Europeu extraordinário de 1 de fevereiro. É um trabalho árduo. Discutimos muitas questões diferentes", acrescentou Ursula von der Leyen.

O pacote financeiro, que se destina a dar apoio ao governo de Kiev para colmatar o défice público crescente, está a ser travado pela Hungria, que usou o seu direito de veto na cimeira da UE, em dezembro, qaundo se debateu a revisão do orçamento plurianual, obrigando a marcar uma nova reunião extraordinária dos chefes de Estado e de governo, a 1 de fevereiro, para encontrar uma solução.

A minha prioridade pessoal é chegar a um acordo com 27 (países). E se isso não for possível, estamos preparados para um acordo com 26.
Ursula von der Leyen
Presidente da Comissão Europeia

A Hungria apresenta duas exigências fundamentais em troca do levantamento do veto: dividir o mecanismo em quatro parcelas anuais, o que permitiria a Orbán bloquear o dinheiro numa fase posterior, e alargar o prazo para gastar os fundos de recuperação pós-Covid-19 (os PRR), o que daria a Budapeste mais tempo para desbloquear o dinheiro congelado.

Von der Leyen não comentou estes pedidos, mas deixou claro que o bloco iria encontrar uma forma de aprovar o fundo de 50 mil milhões de euros - com ou sem a bênção da Hungria.

"A minha prioridade pessoal é chegar a um acordo com 27 (países). E se isso não for possível, estamos preparados para um acordo com 26. Mas eu apoio fortemente e prefiro um acordo a 27", disse a Presidente da Comissão.

O plano B

Embora os altos funcionários diplomáticos da UE tenham evitado discutir, publicamente, o Plano B, as palavras de von der Leyen refletem que o trabalho está em curso para evitar uma repetição do fiasco de dezembro. O Financial Times noticiou que Bruxelas estava a preparar uma alternativa que permitiria à Comissão Europeia contrair um empréstimo de 20 mil milhões de euros nos mercados financeiros.

Durante uma reunião bilateral, em Davos, von der Leyen prometeu ao presidente da Ucrânia, Volodymyr Zelenskyy, que o seu executivo se esforçaria por "garantir os meios para recuperar, reconstruir e reformar", através do mecanismo proposto.

"Centrámo-nos na necessidade de desbloquear a decisão de conceder à Ucrânia 50 mil milhões de euros de assistência a longo prazo da UE na cimeira (de fevereiro). A Ucrânia espera que se chegue a um consenso sobre esta questão", afirmou Zelenskyy após a reunião.

A presidente doe executivo comunitário discursou, esta terça-feira, no FEM, sublinhando a necessidade urgente de fornecer à Ucrânia "financiamento previsível ao longo de 2024 e mais além". O objetivo tornou-se ainda mais premente face ao impasse legislativo nos EUA, onde o novo financiamento é obstruído pelo partido republicano, no Congresso.

"A Ucrânia pode vencer esta guerra. Mas temos de continuar a dar força à sua resistência", disse von der Leyen à audiência em Davos.

"A Ucrânia precisa de um fornecimento suficiente e sustentado de armas para defender a Ucrânia e recuperar o seu território legítimo. Precisam de capacidades para impedir futuros ataques da Rússia. E também precisam de esperança", disse, ainda.

"Precisam de saber que, com a sua luta, conseguirão um futuro melhor para os seus filhos. E o futuro melhor da Ucrânia chama-se Europa", concluiu.

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