Nos últimos 10 anos, a União Europeia (UE) não conseguiu reduzir as emissões de gases poluentes dos veículos de passageiros a motor de combustão interna, apesar de ter adotado regras mais rigorosas para os fabricantes de automóveis, alerta o Tribunal de Contas Europeu.
"Por exemplo, o mercado dos SUV cresceu significativamente. Os carros estão a ficar mais pesados, embora, talvez, os motores estejam a ficar mais eficientes. O peso destes automóveis, por causa, também, das medidas de segurança e de outros equipamentos que lhes são acrescentados, torna-os mais ou menos iguais em termos de emissões", disse Jindrich Dolezal, auditor principal do Tribunal de Contas Europeu, em declarações à euronews.
O relatório divilgado, quarta-feira, refere que, em dez anos, os automóveis com motores de combustão ganharam, em média, 10 % de peso e 25 % de potência.
Assim, o nível de emissões permaneceu inalterado para os veículos a gasóleo e registou-se uma diminuição de apenas 4,6% nos que usam motores a gasolina.
Os veículos elétricos é que poderão trazer melhorias assinaláveis, mas a UE enfrenta desafios em termos de matérias-primas para a produção de baterias.
"Os fundos da UE destinam-se, na sua maioria, às energias renováveis e a aumentar a densidade das infra-estruturas de carregamento para baterias elétricas. Espera-se que o Ato Legislativo das Matérias-Primas Críticas proporcione uma maior segurança na obtenção das matérias-primas para a produção de baterias", acrescentou o auditor.
As emissões de CO2 do setor dos transportes representam 23 % do total das emissões de gases com efeito de estufa na UE. Os automóveis de passageiros são responsáveis por mais de metade deste valor.