"Estado da União": Agricultura e liberdade de informação

Face a protestos crescentes, a Comissão Europeia abriu um diálogo estratégico com agricultores
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De  Stefan Grobe
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As preocupações dos agricultores da UE estiveram em destaque, esta semana, na forma de protestos e de um diálogo aberto pela Comissão Europeia. A agenda da semana foi, também, marcada pela importância do jornalismo na defesa dos valores democráticos.

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Os agricultores europeus têm um forte historial de protestos, especialmente em França, o maior produtor agrícola da UE. Esta semana, houve manifestações em vários países, incluindo França, Alemanha e Roménia, motivadas por uma série de queixas de longa data, incluindo baixos salários, novas regulamentações ambientais e aumento dos custos da energia.

A Comissão Europeia abriu, esta semana, um diálogo estratégico com organizações do setor para debater o futuro e o reponsável pela pasta, Janusz Wojciechowski, diz que as sugestões serão incluídas na definição das novas políticas.

"Estamos a ouvir com muita atenção a voz dos agricultores e posso declarar que vamos ter em conta esta voz no nosso trabalho. Precisamos de uma abordagem baseada nos princípios de segurança, estabilidade, sustentabilidade e solidariedade, que deve ser incluída no futuro da Política Agrícola Comum", disse Janusz Wojciechowski.

A política agrícola será certamente um dos principais temas da campanha para as eleições europeias. Um escrutíneo que, na opinião de muitos especialistas, enfrentará os desafios da interferência estrangeira hostil, das ameaças híbridas e, sobretudo, da desinformação.

Na defesa da democracia, de acordo com a Comissão Europeia, a luta contra a desinformação é da maior importância.

"Os conteúdos maliciosos não controlados propagam-se como um cancro e põem em risco a saúde da nossa democracia. As democracias liberais não podem viver sem informação fiável e sem confiança nos processos democráticos", disse Josep Borrell, chefe da diplomacia da UE.

 Daphne Caruana Galizia foi um exemplo de determinação nesta área e pagou com a própria vida. A jornalista de Malta, foi assassinada, há seis anos, por ter denunciado casos de corrupção, nepotismo, clientelismo e branqueamento de capitais.

Esta semana, o Parlamento Europeu homenageou o seu legado e um dos seus filhos, Paul, falou com a jornalista Maria Psara sobre o seu livro "Uma morte em Malta", que conta a luta da sua mãe pela defesa da democracia.

"Escrevi o livro porque, ao longo dos seis anos em que a minha família passou nos tribunais e a afzer campanha em Bruxelas, em Estrasburgo e em Malta, comecei a sentir que o assassínio dela se estava a tornar maior do que a sua vida e que ela se estava a perder em todas as histórias sobre o seu assassinato. E eu queria que ficasse registado o que ela era realmente como pessoa, como ser humano", disse.

(Veja a entrevista na íntegra em vídeo)

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