Após protesto, agricultores reuniram-se com alguns líderes da UE

Ursula von der Leyen, Presidente da Comissão Europeia, Alexander De Croo, Primeiro-Ministro belga e Mark Rutte, Primeiro-Ministro dos Países Baixos, encontram-se com os representantes dos agricultores
Ursula von der Leyen, Presidente da Comissão Europeia, Alexander De Croo, Primeiro-Ministro belga e Mark Rutte, Primeiro-Ministro dos Países Baixos, encontram-se com os representantes dos agricultores Direitos de autor Dati Bendo/ EU/Dati Bendo
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De  Gerardo FortunaIsabel Marques da Silva (Trad.)
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Artigo publicado originalmente em inglês

A presidente da Comissão Europeia, Ursula von der Leyen, e os líderes da Bélgica e dos Países Baixos, reuniram-se, quinta-feira, com representantes dos agricultores no final da cimeira da UE. Houve promessas, numa tentativa de apagar as chamas após um dia de protestos em Bruxelas.

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O protesto dos agricultores em Bruxelas , no qual mais de um milhar de tratores entraram no bairro onde ficam as instituições da UE, valeu-lhes um encontro informal à margem da cimeira dos 27 líderes.Os agricultores reivindicaram mais apoios e criticaram políticas comunitárias, tendo a presidente da Comissão Europeia dito que o diálogo vai manter-se.

"Tivemos uma reunião muito construtiva e muito boa. Ouvimos as principais queixas, preocupações e inquietações dos agricultores. É muito importante encontrarmos soluções comuns, partilharmos os objetivos. Por exemplo, a proteção da natureza, porque todos vivemos na natureza, com a natureza, e os melhores embaixadores da natureza são os próprios agricultores", disse Ursula von der Leyen à imprensa, no final do acordo informal.

Além das medidas restritivas do Pacto Ecológico Europeu, os agricultores queixam-se dos encargos administrativos decorrentes da Política Agrícola Comum. O governo da Bélgica, que preside este semestre à UE, promete colocar o tema no topo da agenda.

"O que vemos é que eles querem ser um parceiro na transição climática, fizeram muitos esforços até agora e são confrontados com o que se poderia chamar uma "lasanha" de medidas que vêm todas ao mesmo tempo", explicou o primeiro-ministro da Bélgica, Alexander de Croo, aos jornalistas.

Os agricultores criticam, ainda alguns acordos de livre comércio, nomeadamente o que deveria ser ratificado com o Mercosul, que agrega países da América do Sul que são importantes potências agrícolas.

Apesar de saudarem, em princípio, iniciativas como o diálogo estratégico recentemente lançado por von der Leyen, afirmaram, ainda, que essas ações devem oferecer respostas concretas aos agricultores.

"Sou muito sensível à mensagem de que os agricultores estão preocupados com os encargos administrativos", disse von der Leyen, sublinhando que o executivo da UE irá apresentar um pacote de simplificação destinado a resolver este problema durante a próxima reunião dos ministros da agricultura da UE, a 26 de fevereiro.

Hino aos agricultores

"Os agricultores desempenham um papel essencial na economia e na sociedade europeias, e o seu trabalho contribui grandemente para a nossa segurança alimentar e também para o nosso modo de vida", afirmou von der Leyen após a cimeira.

A presidente elogiou a resiliência dos agricultores, citando o aumento da produtividade agrícola em 13%, no ano passado, e a contribuição para o comércio externo do bloco, uma vez que as exportações agro-alimentares aumentaram 5% durante o mesmo período.

"Mas subsistem muitos desafios. Por exemplo, a tensão sobre os preços que gera incerteza e, naturalmente, a necessidade de manter a competitividade, respeitando normas elevadas e a proteção do ambiente", afirmou.

"Os agricultores podem contar com o apoio europeu", afirmou, recordando que a UE afeta quase um terço do orçamento europeu à agricultura.

A presidente acrescentou que a UE deve defender os interesses legítimos dos agricultores europeus nas negociações comerciais, nomeadamente garantindo condições equitativas em termos de normas de importação.

Cortes apenas "técnicos"

Os líderes da UE também concordaram, hoje, em reafetar verbas de outros pacotes financeiros do orçamento plurianual da UE, para financiar o fundo de 50 mil milhões de euros para a Ucrânia, aprovado na cimeira.

A Política Agrícola Comum (PAC) será afetada por esta reafetação, juntamente com os fundos de coesão, num montante de 1,1 mil milhões de euros.

No entanto, o corte no orçamento da PAC decidido pelos líderes da UE é considerado essencialmente técnico e "não se traduzirá em cortes nos pagamentos aos agricultores", disse uma fonte da UE à Euronews.

O dinheiro virá da assistência técnica para os fundos de promoção durante os próximos três anos.

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