Novo partido nacionalista na Polónia quer saída do país da UE

O líder da extrema direita, Robert Bakiewicz
O líder da extrema direita, Robert Bakiewicz Direitos de autor Czarek Sokolowski/Copyright 2021 The AP. All rights reserved
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De  Magdalena Chodownik
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Robert Bakiewicz, conhecido por liderar a marcha nacionalista realizada na Polónia, no Dia da Independência, anunciou a criação de um novo partido político de carácter nacionalista e católico. O principal objetivo do partido é fazer com que a Polónia saia da União Europeia.

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"A União Europeia é hoje um fardo, é algo ultrapassado, é algo muito sem perspetiva, algo que será um fardo para a nossa economia, o que significa que nos negócios, finanças e na esfera material é uma perda para nós", disse o líder Robert Bakiewicz.

"Na esfera cultural é a destruição completa das nações em que a Europa se baseava. A ideia de introduzir tratados indica claramente que um Estado como o nosso, de uma forma subjetiva, não existirá", acrescentou.

Mas será que o apoio à União Europeia na Polónia está de facto a diminuir e a saída seria algo desejável? 

Uma sondagem da empresa polaca Research Partner revelou que cerca de 20% dos inquiridos são a favor da saída. 

Onde estaríamos nós face à guerra na Ucrânia, face à agressão da Rússia contra a Ucrânia, se não fizéssemos parte da União Europeia e da NATO hoje, por exemplo?"
agdalena Sobkowiak-Czarneck
Secretária de Estado da Divisão de Assuntos da União Europeia, Polónia

Alguns analistas consideram que pode ser um legado do anterior governo ultraconservador, liderado pelo Partido da Lei e da Justiça, de 2015 a 2023.

"Devido à falta de comunicação positiva adequada sobre a União Europeia, durante oito anos, a Polónia teve cada vez mais narrativas anti-europeias a acontecer na esfera pública", referiu  Maja Mazurkiewicz, analista no Alliance4Europe.

"O governo usou isso em seu favor e havendo mais conversas sobre o Polexit, isso explica o que está a acontecer", acrescentou.

A viragem com Donald Tusk

Contudo, a eleição, no final de 2023, de um governo de centro-direita moderado liderado por Donald Tusk - que foi presidente do Conselho Europeu - pode indicar que o país continua a apoiar a permanência na UE, na qual entrou há 20 anos.

"A filosofia do governo do primeiro-ministro Donald Tusk é definir claramente as suas expetativas dentro da comunidade [europeia], mas também de poder construir alianças em torno da sua opinião", afirmou Magdalena Sobkowiak-Czarnecka,  secretária de Estado da Divisão de Assuntos da União Europeia no Gabinete do primeiro-ministro.

"Quem hoje pergunta sobre o cenário de saída da União Europeia, deveria responder à pergunta: onde estaríamos nós face à guerra na Ucrânia, face à agressão da Rússia contra a Ucrânia, se não fizéssemos parte da União Europeia e da NATO hoje, por exemplo?", questionou a governante.

As próximas eleições locais na Polónia, a 7 de abril, serão um novo indicador sobre o caminho que os polacos querem seguir: se eurocéticos ou euro-entusiastas.

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