Robert Bakiewicz, conhecido por liderar a marcha nacionalista realizada na Polónia, no Dia da Independência, anunciou a criação de um novo partido político de carácter nacionalista e católico. O principal objetivo do partido é fazer com que a Polónia saia da União Europeia.
"A União Europeia é hoje um fardo, é algo ultrapassado, é algo muito sem perspetiva, algo que será um fardo para a nossa economia, o que significa que nos negócios, finanças e na esfera material é uma perda para nós", disse o líder Robert Bakiewicz.
"Na esfera cultural é a destruição completa das nações em que a Europa se baseava. A ideia de introduzir tratados indica claramente que um Estado como o nosso, de uma forma subjetiva, não existirá", acrescentou.
Mas será que o apoio à União Europeia na Polónia está de facto a diminuir e a saída seria algo desejável?
Uma sondagem da empresa polaca Research Partner revelou que cerca de 20% dos inquiridos são a favor da saída.
Alguns analistas consideram que pode ser um legado do anterior governo ultraconservador, liderado pelo Partido da Lei e da Justiça, de 2015 a 2023.
"Devido à falta de comunicação positiva adequada sobre a União Europeia, durante oito anos, a Polónia teve cada vez mais narrativas anti-europeias a acontecer na esfera pública", referiu Maja Mazurkiewicz, analista no Alliance4Europe.
"O governo usou isso em seu favor e havendo mais conversas sobre o Polexit, isso explica o que está a acontecer", acrescentou.
A viragem com Donald Tusk
Contudo, a eleição, no final de 2023, de um governo de centro-direita moderado liderado por Donald Tusk - que foi presidente do Conselho Europeu - pode indicar que o país continua a apoiar a permanência na UE, na qual entrou há 20 anos.
"A filosofia do governo do primeiro-ministro Donald Tusk é definir claramente as suas expetativas dentro da comunidade [europeia], mas também de poder construir alianças em torno da sua opinião", afirmou Magdalena Sobkowiak-Czarnecka, secretária de Estado da Divisão de Assuntos da União Europeia no Gabinete do primeiro-ministro.
"Quem hoje pergunta sobre o cenário de saída da União Europeia, deveria responder à pergunta: onde estaríamos nós face à guerra na Ucrânia, face à agressão da Rússia contra a Ucrânia, se não fizéssemos parte da União Europeia e da NATO hoje, por exemplo?", questionou a governante.
As próximas eleições locais na Polónia, a 7 de abril, serão um novo indicador sobre o caminho que os polacos querem seguir: se eurocéticos ou euro-entusiastas.