A destruição da ponte de Baltimore deu origem a uma enxurrada de teorias da conspiração. A que ganhou muita força nas redes sociais é a de que a Ucrânia poderia ser a culpada.
Um navio porta-contentores chamado Dali perdeu a propulsão e embateu num pilar da ponte Francis Scott Key, em Batimore, a 26 de março, matando pelo menos seis pessoas.
Muito rapidamente, os utilizadores das redes sociais começaram a culpar toda a gente pelo incidente - desde os liberais a Israel e à Ucrânia.
Um exemplo que se tornou viral é o de que Kiev está por detrás das seguintes alegações: o capitão do navio é de nacionalidade ucraniana.
"O capitão do navio que abalroou a ponte em Baltimore era cidadão ucraniano", escreveram vários utilizadores no Twitter.
"O ucraniano está a ficar com os louros do ato e a dizer que a Europa é a próxima, por não ter defendido a democracia e ajudado a Ucrânia quando precisou", postou outro.
Uma das afirmações destas contas é mostrada numa captura de ecrã do perfil de um capitão ucraniano de um site chamado Baltic Shipping.
O site é uma espécie de LinkedIn que liga pessoas do setor da navegação à procura de trabalho.
Os utilizadores podem atualizar os seus perfis com informações sobre o seu emprego e os navios em que trabalharam anteriormente.
Havia, de facto, um perfil de um ucraniano que tinha sido capitão do navio Dali - no entanto, isso foi há cerca de oito anos, de março a julho de 2016. O seu perfil já não está visível, mas encontrámos capturas de ecrã arquivadas.
O Synergy Marine Group, proprietário do navio Dali, também divulgou um comunicado afirmando que a tripulação de 22 membros era composta por cidadãos indianos.
Mas a nacionalidade do capitão que estava a operar o barco quando o acidente aconteceu não é relevante. Isso porque, quando um navio estrangeiro entra no Porto de Baltimore, é um funcionário do Estado de Maryland que tem de conduzir o navio até à doca, segundo a Associação de Pilotos de Maryland.
"Cada navio envolvido em comércio exterior que chega aos portos de Maryland é obrigado a contratar um especialista local em manuseio de navios, conhecido como Piloto, para navegar o navio com segurança até o porto", diz o site da associação.
Além disso, as autoridades que investigam o acidente disseram logo no início que não havia qualquer indicação de que o acidente tivesse sido um ato deliberado.