Europa quer investir no solar mas enfrenta concorrência da China

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A Europa instalou 41,4 gigawatts de energia fotovoltaica em 2022, um aumento de 47% face ao ano anterior. Mas, a China continua a liderar o setor.

A Europa planeia libertar-se da dependência do gás russo através do investimento nas energias renováveis, em particular na produção de energia solar.

A energia fotovoltaica é vista como um elemento crucial para a segurança energética, os objetivos climáticos e a criação de empregos na Europa. 

A União Europeia instalou 41,4 gigawatts de energia fotovoltaica em 2022, um aumento de 47% face ao ano anterior. Mas, a China continua a liderar o setor. A Agência Internacional de Energia prevê que até 95 por cento da indústria solar poderá ficar concentrada na China até 2025.

Indústria solar precisa de investimento

Sedeada em Burghausen, na Alemanha, a Wacker Chemicals é um dos principais fabricantes mundiais de polissilício, usado para fabricar painéis solares. Mas a grande maioria da matéria-prima é produzida na China.

"A China tomou medidas. Consideraram que se tratava de uma das indústrias estratégicas no futuro e investiram estrategicamente nesta indústria. A Europa, e a situação é a mesma nos Estados Unidos, não investiu na competitividade nem ao nível do ritmo de investimento nem ao nível das condições de produção", frisou Tobias Brandis, presidente da Wacker Polissilicon.

Os objetivos da Aliança Solar na Europa

Para fazer face aos desafios, a União Europeia criou a Aliança Solar, que reúne as empresas e partes interessadas, com o objetivo de aumentar a capacidade de produção, promover investimentos e diversificar a oferta. O Comissário Europeu do mercado interno, Thiery Breton, afirma que a Europa enfrenta um "paradoxo verde", já que precisa da energia solar para reduzir a dependência face aos combustíveis fósseis, mas, ao mesmo tempo, está dependente da China, no domínio da energia solar.

A cooperação europeia é vista como um dos caminhos para aumentar a produção. A livre circulação na UE permite às empresas de toda a cadeia de valor trabalhar em conjunto para criar uma verdadeira indústria solar na Europa.

A reciclagem dos painéis fotovoltaicos

O aumento dos painéis solares instalados nos últimos anos implica um aumento do número de painéis que em breve chegarão ao fim da vida útil. Um enorme desafio para a indústria da reciclagem europeia.

A empresa francesa ROSI desenvolveu um processo para extrair os elementos mais valiosos de um painel solar, o silício e a prata. A pirólise permite separar as células fotovoltaicas do vidro e uma lavagem química permite separar a prata.

"Seremos capazes de reciclar até 3000 toneladas de painéis solares. Ou seja, 100 mil painéis poderão ser reciclados todos os anos. Mas no futuro reciclar 3000 toneladas não será suficiente, porque em França o fluxo de resíduos vai continuar a crescer", explicou Antoine Chalaux, diretor-geral da ROSI.

Com base no mercado único, a Europa quer favorecer a inovação sustentável para se tornar mais resiliente e competitiva. "A reciclagem é uma área em que a Europa se destaca. Estamos muito à frente dos outros. Se quisermos reconstruir uma indústria fotovoltaica eficiente na Europa, em grande escala, a reciclagem dos materiais tornará a nossa indústria mais competitiva", acrescentou o responsável.

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