Biden quer prudência com inteligência artificial. Guionistas mantêm greve

Atriz Camille Chen apoia a greve dos guinoistas em protesto frente aos estúdios da Universal, EUA
Atriz Camille Chen apoia a greve dos guinoistas em protesto frente aos estúdios da Universal, EUA Direitos de autor Marcio Jose Sanchez/Copyright 2023 The AP. All rights reserved
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De  Euronews
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O presidente dos EUA reuniu-se com as empresas para falar dos riscos da inteligência artificial para a sociedade, numa altura em que os guionistas norte-americanos estão em greve para assegurar o futuro da profissão.

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Joe Biden reuniu-se na Casa Branca com as gigantes tecnológicas, como a Google e a Microsoft, para discutir os riscos da inteligência artificial

Numa altura em que as empresas procuram liderar o mercado com sucedâneos ao Chat GPT, o presidente norte-americano quer que a indústria aja com cautela e transparência na criação e no desenvolvimento de produtos.

A inteligência artificial promete revolucionar um mercado de trabalho que ainda não está preparado para viver lado a lado com esta tecnologia.

Na União Europeia, é esperado que um acordo ainda este ano para a primeira grande lei sobre inteligência artificial.

A falta de legislação e regras à escala global tem causado particular alvoroço em Hollywood

Pela primeira vez em 15 anos, séries e programas de televisão foram interrompidos. Milhares de guionistas estão em greve para assegurar o futuro da profissão e exigir aos estúdios melhores condições de trabalho e proteção contra a escrita gerada por inteligência artificial.

"Temos de deixar claro que tem de haver um escritor humano responsável e que não ficamos apenas com a tarefa de rever o que a inteligência artificial faz" defende a guionista Jonterri Gadson. 

Zac Hug, também ele guionista reconhece que o investimento em inteligência artificial pode ser "uma decisão comercial inteligente", por ficar "mais barato para as empresas", mas que essa "não é de todo uma decisão humana".

"Não queremos que as empresas decidam que a IA pode substituir-nos porque é mais barato para elas, é bom para elas. É uma jogada comercial inteligente, mas não é de todo uma jogada humana".

Milhões de postos de trabalho em risco

O setor dos audiovisuais não será o único a ser afetado. De acordo com o Fórum Económico Mundial, a inteligência artificial poderá levar a que até 2027, desapareçam 14 milhões de empregos em todo o mundo.

Geoffrey Hinton, um dos pioneiro na investigação na área da inteligência artificial, não tem dúvidas de que a tecnologia trará vantagens, mas representa igualmente vários riscos. 

"Se olharmos para estes grandes modelos de linguagem, eles têm cerca de um bilião de ligações. E coisas como o GPT4 sabem muito mais do que nós.Eles têm uma espécie de conhecimento de senso comum sobre tudo. Provavelmente sabem mil vezes mais do que uma pessoa. Mesmo que não façam coisas diretamente, podem certamente levar-nos a fazer coisas. E conseguindo manipular as pessoas, é possível invadir um edifício em Washington sem nunca se lá ter ido".

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