Há três anos que existe um fundo especial ao qual os agricultores franceses podem candidatar-se.
A França reconhece a doença de Parkinson como uma doença profissional dos agricultores e reconhece que existe uma ligação com o uso do glifosato, mas isso não foi suficiente para proibir o pesticida na agricultura.
Daniel Cormier trabalhou como agricultor durante 30 anos. Em 2020, foi diagnosticado com a doença de Parkinson.
"Sofro principalmente de tremores. Isso dificulta o meu sono. Se eu tiver um dia agitado, os tremores pioram. E isso é muito cansativo", diz.
Cormier é um dos muitos agricultores que recebem agora uma compensação do governo francês. Há três anos que existe um fundo especial ao qual os agricultores franceses podem candidatar-se.
A advogada Hermine Baron, especialista em direito ambiental, esclarece: "Muitos estudos científicos estabeleceram uma ligação entre o Parkinson e os pesticidas. Verificou-se que há mais casos de Parkinson em agricultores do que na população geral. Houve também tribunais que reconheceram a doença profissional e, pouco a pouco, tudo isso fez com que a França reconhecesse o Parkinson como doença profissional ligada aos pesticidas".
Para os agricultores em França, o dinheiro é suficiente para compensá-los pela utilização do glifosato.
"Estou feliz com o dinheiro e também com o reconhecimento", diz Daniel Cormier.
Mais uma década de glifosato na União Europeia
A União Europeia estendeu a licença do glifosato por mais dez anos.
O controverso herbicida ainda pode ser usado na UE, no entanto, haverá novas exigências e restrições ao seu uso, inclusive para melhor proteger a natureza.
O glifosato, usado na agricultura para proteger as plantações contra ervas daninhas, é um dos herbicidas mais utilizados na agricultura, mas é controverso porque, entre outras razões, estudos científicos o associaram à doença de Parkinson e a outras condições médicas. Também existem preocupações sobre as consequências do químico para a natureza e o meio ambiente.