A Suécia cancelou a cooperação militar com a Arábia Saudita em nome da defesa dos direitos humanos. A decisão, anunciada pelo governo de
A Suécia cancelou a cooperação militar com a Arábia Saudita em nome da defesa dos direitos humanos.
A decisão, anunciada pelo governo de centro-esquerda, levou Riad a ripostar, retirando o seu embaixador de Estocolmo e acusando o governo sueco de “ingerência flagrante” na sua política interna.
A ministra dos Negócios Estrangeiros sueca, Margaret Wallstrom, saudou a decisão do executivo, na sua conta Twitter, afirmando, “estar orgulhosa por ter sido clara sobre o que é a democracia e os direitos humanos”.
Para o primeiro-ministro sueco, Stefan Lofven, “nós vamos defender os direitos humanos como o fizémos até agora e continuaremos a fazer. Mas quero sublinhar que queremos manter uma boa relação com a Arábia Saudita que pode ser desenvolvida noutras vertentes. Examinámos várias alternativas e chegámos a uma decisão que é a mais correta e é um ponto de partida”.
O cancelamento do acordo de cooperação militar ocorre depois das críticas de Estocolmo aos castigos públicos infligidos a mulheres e ativistas pelas autoridades sauditas, como a flagelação do blogger Raef Badaoui.
O executivo sueco prossegue assim a tradição de governos como o do social-democrata Olof Palm, que nos anos 70 e 80 não hesitou em criticar regimes como o Apartheid, na África do sul, ou as ditaduras de Franco e Pinochet.
A Suécia tinha sido um dos primeiros países europeus a reconhecer recentemente um estado palestiniano, levando Israel a retirar temporariamente o seu embaixador do país.