Petro Poroshenko: A União Europeia deve escolher entre dinheiro e valores

Petro Poroshenko: A União Europeia deve escolher entre dinheiro e valores
De  Euronews
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O presidente da Ucrânia diz que a União Europeia está perante o dilema "dinheiro ou valores" e que a Crimeia representa um risco de um conflito de larga escala na região do Mar Negro

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A Ucrânia quer respostas concretas da União Europeia e espera unidade na resposta a dar à Rússia. Isso mesmo fez saber Petro Poroshenko.

Na véspera da cimeira europeia destas quinta e sexta-feiras, o presidente da Ucrânia respondeu às perguntas de Sergio Cantone, correspondente da euronews em Kiev.

Petro Poroshenko: “A União Europeia está perante um importante teste. Porque, por um lado, a União Europeia e Rússia falam de dinheiro, do custo das sanções e tudo o mais. E, por outro, a União Europeia e a Ucrânia falam de valores. E estes são dois universos completamente diferentes: o dos valores e o do dinheiro.

E tenho a certeza absoluta que a União Europeia, e os líderes dos Estados membros, vão passar no teste.

E, quando esse dia chegar, esperemos que a União Europeia se apresente unida. E esperemos que essa unidade não se resuma apenas à União Europeia. Esperemos que a unidade se estenda ao mundo inteiro: Estados Unidos, Canadá, Japão, Austrália, Suíça. Que a unidade abranja o mundo inteiro; que este se comporte de forma responsável.

Esperamos a confirmação de que, se a Rússia não respeitar o acordo de Minsk, se a Rússia não libertar a Crimeia, as sanções serão prolongadas ou alargadas.”

euronews: Quanto à Crimeia: receia que a Crimeia se torne uma plataforma militar?

Petro Poroshenko: “Já é uma plataforma militar. Tanto quanto percebi das declarações do presidente russo, a Rússia colocou na Crimeia mísseis com capacidade nuclear.

Penso que isto é… Mais uma vez, não é uma questão de independência da Ucrânia ou da soberania da Ucrânia em relação à Crimeia.

Mas sim do facto de que isto aumenta significativamente o risco de um conflito de larga escala na região do Mar Negro.

Porque esses mísseis têm um alcance de 500 quilómetros, pelo que podem, facilmente, atingir vários Estados membros da Nato. E é preciso reagir a isso.

O outro problema da Crimeia é a situação humanitária que lá se vive. Há uma violação brutal dos direitos humanos. Toda a população nativa, os tártaros da Crimeia, que contam mais de 300 mil pessoas, estão sob uma enorme pressão. Os líderes destas pessoas estão detidos em prisões russas ou estão proibidos – como nos tempos de Estaline – de entrarem na Crimeia.”

Esta entrevista será transmitida na íntegra esta quinta-feira, na euronews.

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