A nova série de leis inclui a liberalização de vários setores e uma reforma do sistema judicial.
O Parlamento da Grécia votou um segundo pacote de medidas de austeridade. Depois da primeira série de leis destinadas a acertar o passo com as exigências dos credores, com a assinatura de mais um plano de resgate, as novas medidas incluem uma reforma do sistema judicial.
Os gregos compreendem a necessidade de reformas na economia, mas estão divididos. Giuseppe Lancellotti é italiano, mas vive na Grécia há cerca de 40 anos: “Com certeza que tem de haver reformas, mas os critérios têm de ser mais humanos, não podem ser os trabalhadores e pensionistas a ser sacrificados”.
Quanto à moeda única, as opiniões são discordantes: “Se não tivermos dinheiro, vai ser pior. Se deixarmos o euro, vai ser muito pior. As pessoas têm de perceber que o dracma não pode ser opção”, diz Minas, reformado de 75 anos. Nikos, desempregado, não concorda: “Vamos ter mais pobreza e miséria no mundo. A única coisa que tenho a acrescentar é que é melhor termos a nossa moeda, o dracma, do que ficar no euro e não ter dinheiro”.
Ao contrário do que aconteceu com o primeiro pacote, desta vez o antigo ministro das Finanças Yanis Varoufakis votou a favor das reformas. Um dos aspetos mais polémicos das medidas impostas pelos credores é a subida da taxa do IVA para os 23 por cento, na maioria dos produtos, o que vai aumentar o custo de vida.
Há também uma liberalização das farmácias, do setor leiteiro e da panificação. O comércio vai passar a poder abrir ao domingo, o que também não é consensual.