Os meios de comunicação húngaros estão cada vez mais envolvidos com a cobertura jornalística da crise dos migrantes. Desde o início do verão todas as
Os meios de comunicação húngaros estão cada vez mais envolvidos com a cobertura jornalística da crise dos migrantes.
Desde o início do verão todas as questões internas, entre elas os vários escândalos de corrupção, passaram para segundo plano e, a pouco e pouco, foram substituídos por notícias sobre a crise migratória. Mas, os húngaros estão a ficar cansados com o bombardeamento mediático a que têm estado sujeitos e consideram que é uma forma de desviar a atenção de outros problemas.
Para se ter uma ideia: desde 31 de agosto, a agência nacional de notícias publicou duas mil notícias, incluindo a palavra “refugiado”.
“Temos mais de um milhão, provavelmente um milhão e meio de leitores por dia que chegam ao Index através de diferentes suportes. Pelo menos é isso que revelam as nossas estatísticas. Ultimamente, os húngaros têm lido mais, e bateram mesmo todos os recordes nas últimas semanas” refere Gergely Dudás, editor chefe do jornal online Index.
A orientação de política editorial acaba por ser a única diferença entre os vários meios de comunicação.
Na Televisão Nacional húngara, um editor deu ordens para que os seus repórteres não usem imagens com crianças. Enquanto por exemplo, a CNN fez uma uma reportagem com o ex-primeiro-ministro socialista, Ferenc Gyurcsány, que deu abrigo a várias famílias de refugiados na própria casa.
Euronews: “a crise migratória tornou a Hungria alvo de interesse por parte da comunicação social internacional. A questão, também, está a ser coberta pela imprensa nacional mas de forma diferente. Enquanto, no exterior se destaca o lado dramático da situação, a comunicação social húngara faz a abordagem a partir de orientações políticas internas.”