Os confrontos entre forças de segurança e rebeldes curdos voltaram a intensificar-se esta segunda-feira à noite, em Diyarbakir, no sudeste da
Os confrontos entre forças de segurança e rebeldes curdos voltaram a intensificar-se esta segunda-feira à noite, em Diyarbakir, no sudeste da Turquia. Pelo menos quatro pessoas morreram: alegadamente, três elementos do grupo terrorista PKK e um soldado turco.
Os confrontos aconteceram após ter sido reativado pelas autoridades o recolher obrigatório nesta região de maioria curda, na sequência do atentado de domingo em Ancara, o qual levou o presidente Recep Tayyp Erdogan a anunciar o desejo de redefinir o conceito de terrorismo. As autoridades turcas acreditam que o grupo terrorista Partido dos Trabalhadores do Curdistão (PKK) está na base do ataque na capital e pode ter tido ajuda local.
Turkey declares curfew in Diyarbakir area to fight Kurdish militants https://t.co/cxbs9iN9VQ
— Reuters World (@ReutersWorld) 15 de março de 2016
“Não há diferenças entre um terrorista com uma arma na mão e as pessoas que abusam do respetivo título e posição para colocar tudo à disposição dos terroristas para que estes concretizem os seus objetivos. Pode ser académico, jurista, escritor, jornalista ou diretor de uma ONG, isso não muda o facto de que este homem ou esta mulher seja um terrorista”, afirmou o presidente turco, reforçando: “A pessoa que puxa o gatilho ou que rebenta uma bomba é um terrorista. Mas quem torna esses ataques possíveis também. Por isso devemos alterar a definição de terrorismo no código criminal.”
Com esta redefinição, Erdogan parece pretender justificar o aparente desejo de “agarrar” também alegados cúmplices do PKK. O presidente já pediu inclusive ao parlamento turco para levantar a imunidade, por exemplo, de Selahattin Demirtas, o líder do HDP, o partido curdo com assento parlamentar.
Definition of ‘terrorists’ should be broadened to include ‘accomplices,’ says #Erdoğanhttps://t.co/ppKw50oe2cpic.twitter.com/ERswokC7rA
— Hürriyet Daily News (@HDNER) 15 de março de 2016
Em Ancara, entretanto, eram ainda bem visíveis esta terça-feira de manhã os estragos causados na zona circundante ao local onde aconteceu o ataque à bomba de domingo, em que morreram pelo menos 37 pessoas e mais de 100 ficaram feridas, de acordo com o jornal Hurryet.
Os residentes da capital turca revelam medo de que novos ataques se sucedam. É o caso de Necla Sara: “Sinceramente, não tenho grande esperança de que este tipo de ataques tenha um fim. Sou pessimista. Acredito que isto pode repetir-se. Algumas pessoas esperam mudar alguma coisa através do terrorismo. Espero que falhem.”
A bomba de domingo foi acionada a partir de uma viatura em movimento, junto a um autocarro e a uma paragem dos transportes públicos de Ancara. Foi o terceiro maior atentado suicida na capital turca nos últimos cinco meses.