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"Brexit": Os argumentos económicos a favor e contra

"Brexit": Os argumentos económicos a favor e contra
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De  Ricardo Figueira com Damon Embling
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A comunidade empresarial britânica está dividida.

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A economia é um dos aspetos mais importantes no debate sobre o Brexit.

Os patrões das PME britânicas estão divididos. Alguns acham que os negócios correm melhor com o Reino Unido na União Europeia, outros acham o contrário.

É o caso de Emma Pullen, diretora de uma empresa que constrói Hovercrafts na cidade de Sandwich, no condado de Kent e que emprega 15 pessoas. Segundo ela, as regulamentações de Bruxelas não ajudam a desenvolver o negócio: “Como pequena empresa, lutamos com várias diretivas e regulamentações comunitárias. Algumas são específicas ao nosso setor, outras às PME em geral. Temos um grande problema com as trocas comerciais com países fora da UE, como o Brasil. Não há acordo comercial entre a União Europeia e o Brasil, por isso é difícil fazer negócio, porque as tarifas são muito altas”, diz.

Em cada cinco “hovercrafts” produzidos aqui, quatro são exportados para fora da União. Uma proporção para que muito contribui a burocracia, segundo os responsáveis desta empresa.

Do outro lado do debate, há muitas vozes na comunidade empresarial que defendem que o Reino Unido deve continuar a fazer parte da União Europeia, que isso facilita os negócios, tal como a circulação de trabalhadores, dinheiro e produtos.

A Scoota é uma empresa na área da publicidade na internet. Trabalha na criação dos anúncios, mas também na definição dos alvos, com campanhas por toda a Europa. Para Torie, cofundadora desta empresa, o Brexit iria destruir o atual estatuto de Londres como capital das tecnologias e só isso é um argumento de peso para defender a manutenção na UE: “Há três razões fundamentais para continuarmos na Europa. Em primeiro lugar, há o talento e a capacidade de quebrar os limites. Precisamos de um grande movimento europeu de talento, em toda a Europa. Em segundo lugar, há um sentimento internacional naquilo que fazemos. O desenvolvimento tem a ver com ir buscar coisas a vários locais no mundo. Em terceiro lugar, há a questão do capital de risco, que adora Londres. A cidade tornou-se num hub para este tipo de investimento e ninguém sabe o que vai acontecer a seguir. Podemos perder o lugar de cidade europeia da tecnologia para Berlim, Lisboa ou Dublin e isso não deveria acontecer”, diz.

Esta empresa espera duplicar o volume de negócios, este ano, para os 11,3 milhões de euros. Alguns economistas prevêem turbulência, caso o Brexit se concretize.

“Se houver um voto a favor do Brexit, vai haver um impacto imediato nos mercados financeiros e alguma turbulência, isto apesar de estarem mais bem preparados do que durante a crise financeira de 2008. Os efeitos na economia real e nas empresas no Reino Unido vão chegar devagar, mas serão provavelmente pesados, ao longo dos próximos três ou quatro anos, com este grau de incerteza sobre as relações futuras do Reino Unido com a União Europeia e com os países de fora da União. É, sem dúvida, algo que vai impedir o investimento e o crescimento”, diz o professor de economia Thorsten Beck, da City University de Londres.

Entre argumentos contraditórios, permanecem muitas questões sobre o impacto real de um “Brexit”: “Se deixarmos a União Europeia no dia 24, o meu mundo não vai mudar e tenho consciência disso. Penso que a União Europeia está a passar por grandes problemas, está a enfrentar dificuldades em toda a Europa e a causar problemas a vários países. Não funcionou da forma que muitos queriam que funcionasse”, diz Emma Pullen. Já Torie Chilcott defende outra posição: “Tenho ouvido muitas coisas sobre como o Reino Unido vai sair da União Europeia, mas não oiço nada sobre o que vai acontecer em termos de nova legislação e quanto tempo vai levar a implementá-la. Não oiço o suficiente e não tenho confiança suficiente no que vai acontecer com o Brexit”.

Como muitos outros aspetos, também e economia gera argumentos a favor e contra o “Brexit”. Qual dos dois lados tem argumentos mais fortes? É o que os eleitores britânicos vão decidir.

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