Amnistia Internacional: "O mundo em 2016 tornou-se mais negro e mais instável".

Amnistia Internacional: "O mundo em 2016 tornou-se mais negro e mais instável".
De  Maria Barradas com Relatório da Amnistia Internacional 2016/17
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Ódio, opressão, violência, desprezo pelo ser humano e pelas liberdades.

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Ódio, opressão, violência, desprezo pelo ser humano e pelas liberdades. Da Birmânia à Síria, do Iémen à Turquia passando pelos Estados Unidos, o quadro que a Aministia Internacional traça do ano passado é muito sombrio:
“O mundo em 2016 tornou-se mais negro e mais instável”.

Refugiados

São cerca de 500 páginas que dissecam, país por país, região por região, todos os atentados contra os Direitos Humanos. O fluxo de migrantes e a política europeia nesta matéria com a incapacidade que a Europa tem demonstrado para gerir a crise de forma humana são um exemplo.
O acordo assinado em março do ano passado entre Bruxelas e Ancara é apontado a dedo. A Amnistia considera que a Turquia não tem capacidade para acolher dignamente mais pessoas dos que as que já acolhe.

Em 2016, cerca de 358 000 refugiados chegaram às costas europeias. As chegadas às ilhas gregas estiveram em forte baixa, passando de 854 mil pessoas em 2015 para 173 mil em 2016. Em contrapartida, cinco mil pessoas morreram no mar, contra 3700 em 2015.

Enquanto a União se protege assim dos fluxos de refugiados, alguns países não hesitaram em erigir barreiras altamente simbólicas como a Hungria, considerada como o país onde a degradação do sistema de asilo atingiu o expoente máximo. A União tinha estipulado que 120 000 pessoas seriam redistribuídas pelos diversos países, a partir da Itália, Hungria e Grécia. Mas Budapeste rejeitou a iniciativa e, no final de 2016, apenas seis mil pessoas tinham saído da Grécia em direção à Europa e duas mil sairam de Itália para outros países europeus.

Liberdade de Expressão

Entre muitos outros atentados aos Direitos Humanos, a Amnistia aponta a liberdade de expressão, particularmente na Turquia onde a purga do regime levou à detenção de 118 jornalistas e ao encerramento de 184 médias. São citados também casos de tortura e maus tratos durante as detenções, factos sitematicamente negados pelo governo turco.

Novas restrições de liberdades

Por fim, o relatório fala de novas formas de restrição de liberdades. A Amnistia evoca o exemplo de diversos países europeus como a Grã-Bretanha ou a França onde, a pretexto da garantia da segurança dos cidadãos, num contexto de atentados, as liberdades públicas são escamoteadas.

Nas relações internacionais, a ONG estima que os estados mais poderosos privilegiam os interesses nacionais em deterimento da cooperação e da solidariedade entre os povos e apela a uma mobilização dos cidadãos face à inação das grandes potências.

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