A esperança de encontrar sobreviventes entre os desaparecidos dos incêndios da Grécia é cada vez mais escassa. Em Mati, autoridades e populações constatam o cenário desolador de uma vila engolida pelas chamas.
As imagens de Mati são devastadoras. Casas queimadas, vidas perdidas e rostos desesperados.
Por detrás de cada edifício enegrecido, há uma história. Muitas histórias, das que esperávamos nunca mais viver depois do verão de 2007, com a tragédia do Peloponeso, na qual perderam a vida 63 pessoas.
Os sobreviventes dão testemunhos do horror dos que não puderam fugir às chamas. Nikos Vathis, um morador, conta: "Na casa atrás de mim morava um casal de idosos. Eles não tiveram tempo de sair. O marido tinha um problema de mobilidade, sofria de esclerose múltipla. Não podia mexer-se e a esposa ficou com ele. Tanto quanto eu sei, foram encontrados abraçados um ao outro. "
Os socorristas continuam as operações na terra queimada. Mas, com o passar dos dias, as esperanças tornam-se escassas, como refere o repórter da Euronews, Michalis Arampatzoglou:
"Há receios de que o número de mortos aumente, já que as operações de busca para encontrar pessoas desaparecidas estão longe de estar concluídas. Atrás de mim está o local de acampamento do Clube dos Montanhistas. Três pessoas mortas foram encontradas neste mesmo local".
Os funcionários da região registam as residências e lojas afetadas. Engenheiros enviados pelo Ministério das Infraestruturas já verificaram mais de 700 edifícios, de ocidente a leste da Ática. A amarelo o que pode ser reparado, a vermelho o que não é recuperável. Até agora, mais de 200 residências, três lojas e oito prédios de armazenamento foram rotulados como "vermelhos".