Num relatório preliminar os observadores da União Europeia, às eleições moçambicanas, falam em campanha violenta e recenseamento duvidoso.
Uma votação bem organizada, mas precedida de uma campanha violenta e de um recenseamento considerado duvidoso.
Foram estas as conclusões do relatório preliminar da missão de observação eleitoral da União Europeia para as eleições gerais de Moçambique.
Apesar de alguns incidentes isolados, a observação europeia, liderada pelo chefe da missão Nacho Sánchez Amor, destacou sobretudo o ambiente de tensão anterior ao dia da votação.
O assassinato do líder de observação eleitoral moçambicano, Anastácio Matavel, por agentes da polícia no sul do país foi apontado como o expoente máximo de um clima de medo.
Paralelamente, a missão europeia salientou a desigualdade de cobertura mediática em favor da Frelimo, defendendo até que o partido usou meios do Estado para fins eleitorais.
Por fim, os observadores europeus levantaram dúvidas sobre o rigor do recenseamento, com enfoque no grande aumento de eleitores em todas as províncias.
As dúvidas sobre alegadas irregularidades nestas eleições foram também assumidas por outros observadores internacionais, como a Commonwealth e o Instituto Eleitoral para a Democracia Sustentável em África.
No entanto, Comunidade dos Países de Língua Portuguesa, União Africana e Comunidade de Desenvolvimento da África Austral consideraram que o sufrágio decorreu de forma ordeira, pacífica e transparente.
Segundo as projeções, o sufrágio realizado na terça-feira terá dado a vitória à Frelimo e a Filipe Nyusi, mas o anúncio oficial dos resultados pode ocorrer até dia 30.
Estas eleições gerais foram as sextas realizadas no país desde a independência de Portugal.