Rússia e Ucrânia chegam a acordo

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De  Euronews com Lusa
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Vladimir Putin e Volodymyr Zelenskyi comprometem-se com a troca total de prisioneiros, até ao final do ano, e o cessar-fogo

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Paris está cada vez mais perto de se tornar na capital do consenso. Na cidade francesa, os presidentes da Ucrânia e da Rússia reuniram no Palácio do Eliseu para se sentarem à mesa com França e Alemanha e chegarem a um acordo bilateral de paz.

Vladimir Putin e Volodymyr Zelenskiy comprometem-se agora à troca de prisioneiros entre os dois países, até ao final do ano, e a um total cessar-fogo.

O quarteto da Normandia, como ficou conhecido, teve a cargo negociações para recuperar o teor do protocolo de Minsk. Um documento proposto em 2014 que nunca chegou a ser concretizado, em que ficava estabelecido o cessar-fogo imediato, a o desarmamento das forças militares russas no sudeste da Ucrânia, a retomada do controlo da fronteira com a Rússia por parte de Kiev e eleições nas regiões separatistas.

O final da guerra com a Rússia era uma promessa eleitoral de Zelenskiy, antes de assumir a presidência, em maio. Cerca de meio ano depois, o chefe do Estado ucraniano chegou a acordo com o homólogo russo, com algumas contrapartidas.

Vladimir Putin fez questão de ressalvar que o processo de "cessar-fogo tem de estar sincronizado com a aplicação de reformas políticas na Ucrânia, previstas no acordo de Minsk. Isto significa, em primeiro lugar, fazer alterações à Constituição do país, dando à região do Donbass um estatuto especial permanente".

Já Zelenskiy preferiu destacar a troca total de prisioneiros. "Os países participantes acordaram facilitar a troca mútua de prisioneiros antes de 31 de dezembro de 2019, sob o princípio de 'todos por todos'", revelou.

No entanto, o presidente ucraniano saiu das negociações a querer mais. Rússia e Ucrânia acertaram o passo, mas não fizeram qualquer progressão quanto à retirada das tropas russas, nem em relação às eleições nas regiões ucranianas controladas por separatistas.

Coube ao presidente francês resumir o momento. Nas palavras de Emmanuel Macron, o Quarteto da Normandia não encontrou, com este acordo, "a solução miraculosa" para o conflito entre a Rússia e a Ucrânia, mas fez alguns avanços.

Um processo de avanços e recuos

O conflito entre a Ucrânia e os separatistas pró-russos, iniciado em 2014, logo após a anexação da península da Crimeia pela Rússia, em março, já provocou mais de 13 mil mortos.

O Quarteto da Normandia – formado em junho de 2014, com a participação de França, Alemanha, Rússia e Ucrânia – tem procurado várias soluções diplomáticas, sobretudo através de conversas telefónicas entre os líderes e, em vários momentos, com a ajuda de países como a Bielorrússia, Itália e Reino Unido, mas sem grande sucesso.

Após a eleição de Zelenskiy em maio, surgiram sinais de boa vontade mútua entre a Ucrânia e a Rússia, com a troca de prisioneiros e a retirada de soldados de várias regiões de conflito.

Uma nova cimeira sobre o restabelecimento da paz na Ucrânia, reunindo a Ucrânia, Rússia, Alemanha e França será realizada nos próximos quatro meses, anunciou o presidente francês, Emmanuel Macron.

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