A batalha das pescas do Brexit

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De  Luis GuitaOlivier Whitfield-Miocic
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Londres quer recuperar controlo sobre zonas de pesca no Reino Unido.

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As negociações comerciais, tensas, sobre o Brexit, entre o Reino Unido e a União Europeia (UE), arrancaram esta semana.

Há muitos temas em que os dois lados discordam. Um dos tópicos mais controversos é os direitos de pesca.

Recuperar o controlo sobre quem pode pescar nas águas do Reino Unido é o objetivo do governo britânico nas negociações com Bruxelas.

Atualmente, ao abrigo da Política Comum das Pescas, pescadores de um país da UE podem pescar nas águas de outros Estados membros.

"As frotas da UE pescam cerca de seis vezes mais nas águas do Reino Unido do que os navios britânicos pescam nas águas da UE, isso é desequilibrado," afirma o chefe-executivo da Federação Nacional das Organizações de Pescadores, Barrie Deas.

A UE quer manter o sistema atual, mas Londres exige negociações anuais com Bruxelas para decidir quem pode pescar e onde.

"As nossas águas de pesca são um recurso soberano nosso. Determinaremos o acesso de outros países aos nossos recursos com os nossos termos," declarou o minsitro britânico Michael Gove.

A indústria pesqueira vale aproximadamente 1.7 mil milhões de euros para a economia do Reino Unido. Embora pareça muito dinheiro, na verdade, representa apenas 0,1% do PIB da Grã-Bretanha.

Cerca de 75% de todo o peixe capturado é exportado, principalmente para outros países da UE.

Boulogne-sur-Mer, no norte de França, trata cerca de 400.000 toneladas de peixe estrangeiro por ano, incluindo salmão escocês.

Mas os pescadores franceses ameaçam bloquear o pescado britânico se não puderem lançar as redes nas águas do Reino Unido.

"Se entrarmos em guerra, é óbvio que os britânicos vão ficar a perder no mercado europeu e não vão poder vender em França," avança o presidente do Comité Regional de Pesca Marítima de Haut-de-France .

Este não seria o primeiro conflito. Há aproximadamente um ano e meio, barcos franceses e britânicos entraram num confronto chamado Guerra das Vieiras.

Um exemplo claro do peso politico e emocional dos direitos de pesca.

“Para onde quer que se olhe, há quem vá perder com estas negociações. Os barcos da UE podem ter de pescar numa área menor, enquanto os pescadores britânicos correm o risco de pagar tarifas de exportação ou até enfrentar um bloqueio francês. No momento, a questão principal é: quão grande é a luta que Londres está disposta a travar por um setor tão pequeno para a sua economia," explica o jornalista da euronews, Olivier Whitfield-Miocic.

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