Washington insiste na presença da China, que recusa participar. Moscovo considera posição norte-americana como "irrealista"
Estados Unidos e Rússia terminaram a primeira ronda de negociações sobre o nuclear em Viena com a promessa de se voltarem a reunir "no fim de julho ou início de agosto".
A informação foi avançada pela delegação norte-americana, que exige no entanto a presença da China nas discussões destinadas a renegociar o tratado "New Start", único acordo de controlo de armas nucleares ainda vigente entre Washington e Moscovo.
Pequim recusa participar no diálogo e contestou vivamente a fotografia encenada pela delegação norte-americana e publicada no Twitter, que mostrava cadeiras vazias na mesa de debate com bandeiras chinesas.
Moscovo, por seu lado, considera "irrealista" a insistência de Washington para incluir Pequim nas negociações.
Jack Parrock, euronews:"Se estas discussões não forem bem sucedidas, a 5 de fevereiro de 2021, o tratado nuclear New Start vai expirar sem que outro acordo o substitua e será a primeira vez em cinquenta anos que não haverá, entre os Estados Unidos e a Rússia, um pacto sobre a não-proliferação de armas nucleares."
Donald Trump está já em campanha e os peritos sobre o nuclear acreditam que a prolongação das negociações será vantajosa para os planos eleitorais do presidente norte-americano.
Pelo menos enquanto Trump se mantiver na Casa Branca, um substituto para o New Start não é garantido, se considerarmos o historial da atual administração, que abandonou o acordo nuclear com o Irão e se retirou do Acordo de Paris sobre o Clima.
E, em 2019, Washington também suspendeu juntamente com Moscovo as obrigações do Tratado de Forças Nucleares de Alcance Intermediário, em vigor desde 1987.