Invasão do Capitólio fez quatro mortos

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De  Ricardo Figueira
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Os Estados Unidos viveram, na última noite, um episódio triste e inédito na sua história.

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Os Estados Unidos viveram, na última noite, um episódio inédito com a invasão do Capitólio por parte de uma multidão de apoiantes do presidente Donald Trump, enquanto lá dentro decorria a contagem e validação dos votos do colégio eleitoral. Os distúrbios fizeram pelo menos quatro mortos, segundo a polícia de Washington.

Conferência de imprensa da polícia de Washington DC

Só ao cair da noite a Guarda Nacional e as unidades antimotim das polícias estaduais do Maryland e da Virgínia chegaram ao local para repor a ordem. Ao início da tarde, pela hora norte-americana, os poucos polícias presentes, da unidade policial própria do Capitólio, não conseguiram travar os milhares de pessoas, algumas delas armadas, que forçaram a entrada no edifício que alberga as duas câmaras do Congresso. Seguiram-se cenas difíceis de imaginar naquela que já foi vista como a democracia de referência no mundo.

Manuel Balce Ceneta/Copyright 2021 The Associated Press. All rights reserved.
Manifestantes no CapitólioManuel Balce Ceneta/Copyright 2021 The Associated Press. All rights reserved.

"As palavras de um presidente contam"

As salas de plenário, corredores e gabinetes foram tomados de assalto pelos pró-Trump. Para o presidente eleito Joe Biden, não há dúvidas: A culpa do que aconteceu é do presidente em exercício e foi ele que incitou todas estas pessoas a saírem à rua.

"As palavras de um presidente contam. Não importa se é um bom ou um mau presidente. No melhor, podem inspirar. No pior, podem incitar", disse Biden.

Andrew Harnik/Copyright 2020 The Associated Press. All rights reserved
Congressistas tentam proteger-se da multidãoAndrew Harnik/Copyright 2020 The Associated Press. All rights reserved

Biden exigiu que o presidente interviesse, o que acabou por acontecer, mas não sem que Trump insistisse na narrativa de que foi vítima de uma fraude eleitoral: "Compreendo a vossa dor. Roubaram-nos estas eleições. Umas eleições que ganhámos por larga maioria. Toda a gente sabe isso, sobretudo o outro lado. Mas agora, têm de ir para casa. Precisamos de paz", disse o presidente em exercício, que ainda acrescentou: "Nós amamos-vos, são muito especiais".

As palavras de um presidente contam (...) No melhor, podem inspirar. No pior, podem incitar.
Joe Biden
Presidente eleito dos EUA

Vários "tweets" enviados pelo presidente em exercício foram eliminados pelo Twitter e Trump teve a conta suspensa durante 12 horas, sob ameaça de a ver cancelada para sempre.

No Twitter, Trump revelou-se muito brando para com os seus apoiantes.

Na sequência destes incidentes, aumenta a pressão para que o vice-presidente Mike Pence use a 25ª emenda constitucional para destituir Trump e ocupar a presidência de forma interina até à tomada de posse de Biden, marcada para o dia 20 de janeiro. A América sustém a respiração à espera do que possa acontecer até lá.

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