O texto aprofunda o princípio de neutralidade do Estado francês e inclui medidas como a luta contra o discurso de ódio nas redes sociais e contra certificados de virgindade, poligamia ou casamentos forçados
Os deputados franceses aprovaram em primeira leitura o projeto de lei contra o islamismo radical. O documento foi anunciado em outubro por Emmanuel Macron, depois do assassinato do professor Samuel Paty.
O texto aprofunda o princípio de neutralidade do Estado francês e inclui medidas como a luta contra o discurso de ódio nas redes sociais, a supervisão da educação familiar, um controlo reforçado das associações, maior transparência dos cultos e do seu financiamento e a luta contra certificados de virgindade, poligamia ou casamentos forçados.
O governo francês já sublinhou que não se trata de um texto "contra as religiões nem contra a religião muçulmana em particular" mas a verdade é que tem sido alvo de muitas críticas e criou divisões na Assembleia Nacional.
À direita consideram-no insuficiente, especialmente no que diz respeito ao uso do véu e da radicalização na prisão. À esquerda, há quem fale de uma operação de comunicação que não resolve os problemas fundamentais e que estigmatiza os muçulmanos.
Muitas críticas também por parte de várias associações e personalidades muçulmanas, que se manifestaram este domingo em Paris.
A partir de 30 de março, será a vez de o Senado examinar o projeto de lei. O texto deve ser adotado antes do Verão.